Vacina da Janssen protege bem menos contra Ômicron, apontam dados do CDC
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |

Nos Estados Unidos, cerca de 17 milhões de pessoas form vacinadas com a vacina da Janssen (Johnson & Johnson) contra a covid-19. Apesar dos bons resultados nas ondas anteriores da pandemia, dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontam para uma perda significativa de efetividade — a eficácia do mundo real — do imunizante contra a variante Ômicron (BA.1).
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Desde o início do uso da vacina da Janssen, as autoridades de saúde sabiam que o nível de proteção era menor que o de outros imunizantes, como a fórmula da Pfizer ou da Moderna. No entanto, o grande diferencial era gerar uma resposta imune satisfatória com apenas uma dose. Contudo, a última onda de casos da covid nos EUA revelou que o nível de proteção é significativamente menor que a de outras vacinas.
Proteção da vacina da Janssen contra a Ômicron
Os dados sobre o efeito protetor das vacinas contra a covid-19 foram analisados após a onda da Ômicron e, de acordo com a CBS, as pessoas que receberam o imunizante da Janssen têm um nível de proteção que é mais de 50% menor que o da Pfizer, por exemplo, contra óbitos.
Até a semana do dia 8 de janeiro, as mortes associadas à covid-19 entre os norte-americanos imunizados com a vacina da Janssen atingiram uma taxa de mais de 5 mortes a cada 100 mil casos em pessoas imunizadas, segundo levantamento feito com os dados do CDC.
O valor é mais alto que a taxa de óbitos entre aqueles que receberam as vacinas da Pfizer ou da Moderna. Neste grupo, foram contabilizadas cerca de 2 mortes a cada 100 mil. Apesar da menor proteção da Janssen, é muito melhor receber o imunizante do que não estar imunizado. Entre os não vacinados, a média chega perto de 20 mortes a cada 100 mil.
Quando se observa os efeitos das doses de reforço, aqueles que foram inicialmente vacinados com a fórmula da Janssen também tiveram taxas mais altas de mortes em decorrência da covid que aqueles que começaram o esquema vacinal com doses da Pfizer ou da Moderna.
Limitações do levantamento
É preciso reforçar que os dados que comparam a efetividade das vacinas contra covid-19 não foram ajustados para uma série de fatores, o que pode limitar a validade de comparações diretas. Um dos fatores que não foram considerados é a questão de quando os indivíduos receberam a imunização.
De forma geral, o CDC reforça que "as pessoas vacinadas com uma série primária e uma dose adicional ou de reforço tiveram taxas de casos mais baixas em comparação com aquelas sem uma dose adicional ou de reforço. Ambos os grupos tiveram menor risco de testar positivo para covid-19 e menor risco de morrer em decorrência da covid-19 em comparação com pessoas que não foram vacinadas".
Vale lembrar que, nesta terça-feira (29), a agência federal Food and Drug Administration expandiu a autorização de uso das vacinas da Pfizer e da Moderna contra a covid-19. Agora, todos com mais de 50 anos poderão receber a quarta dose da vacina, o que deve elevar ainda mais a proteção contra o vírus e possíveis variantes emergentes.