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Spillover: pesquisadores usam máscaras para proteger morcegos do coronavírus

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Julho de 2021 às 20h30

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byrdyak/Freepik
byrdyak/Freepik

Desde que a pandemia da COVID-19 começou, muito se fala sobre a possibilidade de o vírus ter sido transmitido de morcegos a humanos. Agora, com a evolução do coronavírus e suas novas variantes, parece que o jogo virou: a preocupação dos cientistas é em relação à transmissão do SARS-CoV-2 de humanos para morcegos.

Cientistas especializados em morcegos dizem que há o risco de acontecer um fenômeno chamado "spillover", traduzido literalmente como transbordamento, e que consiste na transmissão de um vírus de um humano de volta a um animal. Para evitar que isso aconteça, pesquisadores de Maryland, dos Estados Unidos, estão empenhados em conduzir seus estudos com os bichos usando os equipamentos de proteção necessários.

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Kristina Smucker, responsável pelas autorizações de pesquisa aos cientistas em centro de estudos dos Estados Unidos, conta que os morcegos estão sendo tratados da mesma forma que os humanos durante o manuseio. "Vamos usar equipamento de proteção individual para manter os morcegos seguros. Isso significa usar máscaras N95 (PFF2 no Brasil), luvas, medir as temperaturas e não trabalhar se estiver com sintomas ou com teste positivo", explica.

Em um estudo publicado no fim do ano passado, cientistas da Universidade de Wisconsin e da Louisiana descobriram que o morcego marrom, um dos mais comuns dos Estados Unidos, é resistente à infeção pelo coronavírus. Porém, segundo outra pesquisa realizada na Alemanha, os morcegos da espécie Rousettus aegyptiacus, que são mais comuns no Norte da África e na Europa, são os mais vulneráveis à contaminação.

E em um estudo mais atual, publicado em maio, os cientistas descobriram que somente dois a cada mil morcegos podem ser infectados por humanos sem nenhuma medida de proteção. O número é pequeno, mas suficiente para que os pesquisadores queiram evitar isso. Um dos autores da pesquisa, Evan Grant, conta que há a preocupação do efeito que o coronavírus possa ter nas espécies de morcegos que vivem na América do Norte, e que as medidas de proteção podem ajudar não só a manter a saúde dos morcegos, como também a dos humanos.

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A pesquisa mostra ainda dados sobre a possibilidade de contaminação de morcegos por humanos em diferentes cenários. Se o cientista testar negativo para a COVID-19 três dias antes de conduzir os estudos, as chances de infectar um animal é reduzida em 66%. Se ele usar um respirador PFF2, as chances caem em 95%, com o uso de máscaras cirúrgicas em 89%, em 54% com máscaras de tecidos e em 23% com face shields.

Você pode conferir o estudo neste link.

Fonte: Wired