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Remédio para epilepsia e transtorno bipolar pode causar defeitos congênitos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Junho de 2022 às 18h25

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vladimirzotov/envato
vladimirzotov/envato

Em artigo publicado na PLOS Biology na última terça (14), cientistas descrevem a descoberta da razão pela qual o ácido valproico — usado para tratar a epilepsia e o transtorno bipolar — pode causar defeitos congênitos no feto, caso tomado durante a gravidez. Segundo o trabalho, tudo gira em torno de um congelamento da divisão celular.

Anteriormente, já se tinha conhecimento de que a substância poderia desencadear distúrbios do desenvolvimento, mas o motivo ainda não estava claro. Com experiências em roedores e tecido humano, os cientistas descobriram que a medicação bloqueia algumas células embrionárias e as impede de crescer ou se dividir adequadamente.

Conforme constatam os pesquisadores, o ácido valproico pode interromper o desenvolvimento do cérebro no útero e, portanto, causar distúrbios cognitivos e de desenvolvimento no futuro. A estimativa apresentada no artigo é que 30% a 40% dos bebês expostos à droga no útero desenvolvem deficiências cognitivas ou transtorno do espectro autista.

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Segundo os autores, quando o ácido valproico é tomado como tratamento para epilepsia ou transtorno bipolar, altera os níveis de certos mensageiros químicos no cérebro e altera quais genes podem ser ativados em uma célula a qualquer momento.

Os cientistas notaram que, depois de expostos à droga, os embriões de camundongos desenvolveram cabeças e cérebros extraordinariamente pequenos. A equipe também fez testes com organoides cerebrais, que se assemelham a cérebros humanos em miniatura, e percebeu que o medicamento ajuda a liberar um gene que codifica uma molécula chamada p19Arf, responsável por interromper o desenvolvimento do sistema nervoso.

Quando a equipe modificou camundongos geneticamente para que não pudessem produzir p19Arf, os roedores se tornaram imunes a alguns dos efeitos do ácido valproico, e os cérebros dos camundongos conseguiram crescer até o tamanho normal. A ideia é explorar cada vez mais a relação entre o medicamento para epilepsia e os defeitos congênitos, em futuros estudos.

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Fonte: PLOS Biology, Live Science