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Giro da Saúde: quarta dose de vacina; café pode te deixar mais cansado; e mais!

Por| 12 de Setembro de 2021 às 08h00

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Giro da Saúde: quarta dose de vacina; café pode te deixar mais cansado; e mais!
Giro da Saúde: quarta dose de vacina; café pode te deixar mais cansado; e mais!

Setembro já está chegando à sua segunda quinzena, e assim como o tempo não para, as notícias de saúde (dentro e fora do assunto coronavírus) também surgem a cada minuto. No Giro da Saúde de hoje, o Canaltech traz, em resumo, os principais destaques da semana, para você ficar por dentro das notícias recentes mais importantes envolvendo ciência e medicina.

Israel já pensa em quarta dose de vacina contra covid

Sim, você não leu errado: o país que se consagrou como modelo internacional com sua campanha de imunização já está vacinando grupos prioritários com a terceira dose e partiu para a liberação do reforço para todos que se imunizaram com as duas doses há pelo menos cinco meses. De acordo com Salman Zarka, epidemiologista que lidera a campanha de combate à covid-19 em Israel, caso necessária, a próxima dose de reforço deve ser adaptada para melhor proteger contra novas variantes do coronavírus, como a Delta (B.1.671.2).

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“Dado que o vírus está aqui e continuará aqui, também precisamos nos preparar para uma quarta aplicação [da vacina contra a covid-19]”, anunciou. No entanto, não foi especificado quando a quarta dose deverá ser aplicada na população.

Café pode te deixar ainda mais cansado

Aqui no Canaltech a gente adora um cafezinho, e isso também é a realidade da maioria dos brasileiros. Mas você sabia que a bebida que tanto nos ajuda a "pegar no tranco" também pode bater feito um rebote e nos deixar ainda mais cansados para trabalhar, estudar ou desempenhar outras funções do cotidiano? Pois é.

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“O paradoxo da cafeína é que, no curto prazo, ajuda na atenção e no estado de alerta. Ajuda em algumas tarefas cognitivas e nos níveis de energia", comenta Mark Stein, professor de pediatria e psiquiatria e pesquisador da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Por outro lado, "o efeito cumulativo — ou o impacto de longo prazo — tem o efeito oposto”, avisa. E, nessa lógica, por mais estranho que pareça, o café pode aumentar o sono de quem opta pela bebida. A principal causa disso está na quantidade de café ingerida e na frequência de uso da droga — afinal, café é também uma droga e pode viciar alguns usuários.

Para entender o porquê disso, é preciso compreender a ideia de que o corpo sofre a "pressão do sono": ao final do dia, nosso relógio biológico já se prepara para dormir, uma vez que nossa energia (em forma de ATP) é gasta durante o dia. Para compensar esse gasto, o organismo libera outra adenosina como subproduto, que se liga aos receptores neuronais para dar o comando de sono ao cérebro. Se a cafeína "rouba" o lugar dessa adenosina, a pessoa ganha uma dose extra de energia. Só que, nesse momento, a adenosina ainda está no corpo, apenas aguardando a sua vez de se conectar. “Uma vez que [o efeito da] cafeína passa, você atinge um nível muito alto de 'pressão do sono' e tem que pagar de volta”, ilustra o neurocientista Seth Bradshaw. Dessa forma, a única forma de elevar novamente a energia é dormindo.

CoronaVac: terceira dose mais do que dobra proteção contra variante Delta

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Um estudo recente divulgado na semana passada, conduzido pela Academia Chinesa de Ciências, pela Universidade de Fudan e pela Sinovac, mostra que uma terceira dose da CoronaVac é capaz de reverter a redução da atividade de anticorpos neutralizantes contra a variante Delta do coronavírus.

Segundo o artigo, que ainda não foi revisado por pares, não foram encontradas atividades neutralizantes em amostras de sangue coletadas de pessoas que se vacinaram com a segunda dose da CoronaVac seis meses atrás. Mas em pessoas que receberam a terceira dose, os anticorpos praticamente triplicaram, apresentando uma potência neutralizante 2,5x maior contra a variante Delta, cerca de quatro semanas após a aplicação.

Coronavírus pode reduzir níveis de testosterona e enfraquecer o esperma

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Um outro estudo que saiu na semana passada, conduzido pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), traz dados alarmantes para os homens: o coronavírus é capaz de gerar uma redução dos níveis de testosterona no organismo e, consequentemente, "ralear" o esperma, diminuindo a quantidade de espermatozoides no sêmen. 

Ao avaliar exames de 26 homens que tiveram covid leve ou moderada, cuja média de idade era 33 anos, os pesquisadores observaram que a infecção do coronavírus chega aos testículos e prejudica o funcionamento das gônadas, o que interfere diretamente na fertilidade masculina mesmo após a recuperação da doença. Mas, vale destacar que esse estudo ainda é preliminar e não confirma que a covid causa infertilidade em todos os homens contaminados.

No grupo de voluntários da pesquisa, o espermograma de vários desses pacientes indicou, por exemplo, que a motilidade espermática caiu de uma média de 50% para entre 8% e 12% e permaneceu nesse patamar quase um ano após terem sido infectados pelo vírus. Já os níveis de testosterona de alguns pacientes do estudo despencaram durante a doença. Com esses dados iniciais, a recomendação dos especialistas envolvidos no estudo é que pacientes homens que tenham contraído covid-19 procurem um urologista ou andrologista após a recuperação da infecção para checar os níveis hormonais e realizar um espermograma.

E a ivermectina, causa infertilidade?

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A ivermectina, remédio antiparasitário que foi usado em tentativas de mitigar o coronavírus em pessoas contaminadas, entrou de novo em cena após um estudo informar que a droga afeta a saúde reprodutiva dos homens que a tomam. Foi um estudo nigeriano conduzido em 2011 que veio à tona recentemente, no qual os cientistas concluíram que o medicamento alterava a mobilidade de espermatozoides e poderia causar infertilidade em 85% dos usuários.

Entretanto, a comunidade científica criticou o estudo por alguns motivos: dos 385 pacientes com oncocercíase, doença causada por um parasita que habita rios, apenas 37 apresentaram contagem normal de espermatozoides após o uso do remédio. Mas o artigo tem uma série de pontos suspeitos: a agência de checagem de fatos Snopes tentou contato com a Scholars Research Library, dona da revista Archives of Applied Science Research, revista na qual o artigo foi publicado, e não obteve resposta. O perfil da instituição foi banido do Twitter. A página da web conta com vários erros de digitação e a publicação ainda cobra uma taxa de até 1.000 euros pelo processamento dos artigos enviados. São suspeitas que apontam para uma qualidade duvidosa da revista, que leva fama de preferir cobrar pelos artigos a revisá-los com seriedade antes de publicá-los. E para completar, a ivermectina, como droga já antiga no mercado, tem efeitos colaterais bem conhecidos — e infertilidade não está entre eles.

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