Comprovação de imunidade compensaria para conter a COVID-19 na hora de viajar?
Por Natalie Rosa | 22 de Janeiro de 2021 às 20h30
As campanhas de vacinação contra o coronavírus já começaram em diversos países, mas ainda vai demorar para que o mundo volte à normalidade, inclusive na hora de viajar. Uma das dúvidas que começaram a surgir com o processo é em relação às viagens internacionais, com pessoas questionando se haverá a necessidade de apresentar comprovação de vacinação para desembarcar em outros países.
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De acordo com Roberto Haro Nedelciu, presidente da Associação Brasileira de Operadoras de Viagem (Braztoa), em declaração ao site do jornal O Globo, podemos esperar que as fronteiras comecem a ser reabertas com os programas de imunização. No entanto, isso deve acontecer somente no segundo semestre de 2021, uma vez que cada país conta com a sua própria estratégia para imunizar sua população.
Diferente de outros comprovantes de vacinação que permitem a viagem segura, como o da febre amarela, com a COVID-19 a situação é bem diferente. Enquanto a vacina da febre amarela imuniza a pessoa completamente em quase 100% dos casos, fazendo com que ela deixe de carregar o vírus em seu corpo, o imunizante contra o SARS-CoV-2 não funciona bem assim.
Os novos imunizantes ajudam a atenuar a doença, caso haja a infecção, e a pessoa continua sendo um vetor de propagação do vírus. Sendo assim, a permissão de entrada em um país apenas com o comprovante da imunização não iria garantir que o coronavírus não fosse espalhado entre a população. A opção mais viável, portanto, seria a obrigação do teste RT-PCR negativo.
Ainda assim, mesmo que também não sejam 100% garantidos, uma vez que a pessoa pode acabar se contaminando ainda dentro do avião ou em algum momento durante a viagem, o exame acaba sendo uma filtragem eficaz em meio a inúmeros casos registrados diariamente. Até o momento, a vacina não é um requisito obrigatório de entrada em um país, mas algumas regiões da Europa, Austrália e Estados Unidos estão implementando a adoção de um certificado de imunidade para a circulação de pessoas.
Agora, basta aguardar quais serão as estratégias adotadas pelos países, inclusive o Brasil, para evitar que viajantes contraiam a doença ou propaguem o coronavírus durante a viagem sem saber. Se isso acontecer, poderá ser de forma digital, facilitando uma possível comprovação do estado de saúde do passageiro, do país de origem e do destino.
Fonte: O Globo