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Ômicron provoca aumento inédito em demanda de UTI para crianças no Brasil

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Janeiro de 2022 às 17h40

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DC_Studio/Envato Elements
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A nova onda da variante Ômicron (B.1.1.529) do coronavírus SARS-CoV-2 é responsável por um aumento inédito das internações nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas em diversas capitais brasileiras, como São Paulo, Goiânia, Fortaleza, Natal e Salvador. A situação também é observada em outros países, como os Estados Unidos.

Na rede pública de saúde da cidade de São Paulo, o número de crianças internadas em UTIs pediátricas aumentou 1.000% entre os meses de dezembro de 2021 e de janeiro deste ano. Diante do atual cenário, novos leitos foram abertos, mas a pressão ainda é grande, segundo secretário de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido.

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“Nós tínhamos 25 leitos e fomos para 55 leitos. Nós praticamente dobramos a capacidade da cidade para leitos pediátricos Covid nessa última semana. Esses leitos, nós abrimos em 24 horas, e nesse período, praticamente eles já passam a ser ocupados”, afirmou Aparecido para o G1. Hoje, a maioria dos pacientes tem até 9 anos.

Demanda por UTIs pediátricas nos estados

Com a chegada da variante Ômicron, São Paulo não é exceção na maior demanda por leitos de UTI para crianças. Em Goiânia, a ocupação da rede pública passou de 55% em dezembro para 76% na quarta-feira (26). Em Fortaleza, a taxa foi de 45% para 64%. Além disso, em Salvador, a taxa chegou a 100%.

Em Natal, a situação é crítica. Isso porque, no estado do Rio Grande do Norte, todos os leitos estavam ocupados na manhã desta sexta-feira (28). Inclusive, o estado registra fila de espera do leito pediátrico da covid-19 para pelo menos 8 pacientes.

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Vacinação, falta de leitos e alta circulação da Ômicron

Entre os fatores que explicam o porquê do aumento de procura de UTIs pediátricas, está a questão da vacinação. Hoje, a maioria das crianças brasileiras ainda não está imunizada, já que a campanha para vacinar aqueles com 11 a 5 anos foi iniciada apenas em janeiro. Além disso, doses de nenhum fabricante são aprovadas para quem tem 4 anos ou menos.

“O recado para os pais que já tem os seus filhos com idade elegível para vacinação é não perder essa oportunidade. A doença pode ser grave. Não há nada pior do que nós termos um filho doente por uma doença que poderia ter sido prevenida”, comentou o médico Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

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Além disso, Kfouri explica que a questão dos leitos pediátricos de UTI é um grande desafio para a saúde pública. "Nos diversos estados, na maioria deles, são poucos os serviços que dispõem de recursos, de profissionais, de especialização, em terapia intensiva pediátrica", afirma.

Números de internação

“Embora seja em torno de 0,6% a quantidade de crianças que evoluem para formas mais graves... É um número pequeno; mas um número pequeno de muitas crianças acaba sendo um número grande. Eu fico sim preocupada de que, em um curto espaço de tempo, a gente pode não ter leito para todas as crianças", explicou a pediatra Ana Escobar, professora da Faculdade de Medicina da USP.

Fonte: Jornal Nacional e G1