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Nossos gânglios linfáticos ficam pretos com a poluição do ar; veja fotos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Novembro de 2022 às 19h20

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Domínio Público/Pixabay
Domínio Público/Pixabay

A poluição do ar afeta diretamente a nossa saúde e, quando frequente, aumenta o risco de alguns tipos de câncer, como o de pulmão. Agora, pesquisadores norte-americanos revelam que a exposição duradoura à poluição pode deixar os gânglios linfáticos (linfonodos) pretos, conforme envelhecemos. Para além da questão estética, isso enfraquece o funcionamento do sistema imunológico.

Publicado na revista científica Nature Medicine, o novo estudo comparou mais de 80 amostras de gânglios linfáticos, coletados de pessoas de 11 a 93 anos, que não eram fumantes. As análises foram lideradas por pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos.

"Através do exame de tecidos linfoides [autópsias], demonstramos o impacto crônico e onipresente da poluição em nossa capacidade de estruturar a defesa imunológica e a vigilância [imunológica] dos pulmões", afirmam os cientistas no artigo.

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Como a poluição do ar afeta os gânglios linfáticos?

Antes de seguirmos, vale explicar que os gânglios são pequenos nódulos, espalhados pelo corpo, com a função de filtragem das substâncias nocivas. Podem ser encontrados no pescoço, na virilha e nas axilas. Em casos de infecção, é comum que eles inchem. No estudo, os pesquisadores demonstram o impacto constante à poluição nos gânglios linfáticos associados ao pulmão.

Veja como ficam os gânglios linfáticos expostos à poluição

“Quando olhamos para os gânglios linfáticos das pessoas, ficamos impressionados com a quantidade de gânglios no pulmão que estavam pretos, enquanto aqueles no trato gastrointestinal e em outras áreas do corpo eram da cor bege típica [próximo ao rosa]”, comenta Donna Farber, uma das autoras da estudo e professora de microbiologia na universidade, em comunicado.

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Risco é maior para os mais velhos

Fato curioso é que os gânglios linfáticos estavam significativamente mais escuros nas pessoas mais velhas do estudo, a partir dos 30 anos. Isso indica que o problema dos poluentes nessa estrutura é cumulativo, ou seja, quanto mais anos de exposição à poluição do ar, mais significativos são os efeitos.

Dessa forma, a descoberta ajuda a explicar o porquê de pessoas mais velhas terem um sistema imunológico menos eficiente e, com isso, se tornarem mais suscetíveis a doenças respiratórias. No entanto, esta é apenas uma hipótese que ainda deve ser melhor explorada.

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Gânglios pretos, sistema imune enfraquecido

“Quando visualizamos os gânglios linfáticos enegrecidos do pulmão, descobrimos que estavam obstruídos com partículas de poluentes transportadas pelo ar", afirma a cientista Farber. Agora, "começamos a pensar sobre seu impacto na capacidade do pulmão de combater infecções à medida que as pessoas envelhecem”, acrescenta.

Nas análises, foi possível observar que as partículas poluentes nos gânglios linfáticos do pulmão estavam localizadas dentro de macrófagos. Estas são células imunológicas que "engolem" e destroem bactérias, vírus, detritos celulares e outras substâncias potencialmente perigosas.

Só que, nos indivíduos em que os linfonodos estavam pretos, os macrófagos "estão sufocados pelas partículas e não podem desempenhar funções essenciais que nos ajudam a nos defender contra patógenos”, pontua Farber.

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No momento, não é possível precisar o impacto total da poluição no sistema imunológico do pulmão. Por outro lado, "a poluição, sem dúvidas, desempenha um papel nas infecções respiratórias mais graves em indivíduos idosos", completa a pesquisadora, que continua a investigar estes desdobramentos.

Fonte: Nature Medicine e Universidade Columbia