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Monitores wireless permitem tratamento menos invasivo a bebês prematuros

Por| 22 de Setembro de 2020 às 16h20

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Carlo Navarro/Unsplash
Carlo Navarro/Unsplash

A cada ano, nascem milhares de bebês prematuros, que às vezes chegam a pesar apenas 500 gramas. Eles precisam de monitoramento clínico constante na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), pois podem desenvolver complicações. Dito isso, o monitoramento desses pacientes é essencial, mas invasivo, geralmente exigindo cateteres especializados inseridos nas veias. Os monitores com fios ainda podem causar cicatrizes e aumentar o risco de infecções e complicações, como coágulos sanguíneos e bloqueio dos vasos sanguíneos. Mas uma nova tecnologia pode resolver esse problema.

Além de atrapalhar a alimentação e a limpeza, uma grande desvantagem do monitoramento com fios é que ele impede o contato direto entre os pais e o recém-nascido. Foi com isso em mente que um grupo de pesquisadores americanos, chineses e coreanos liderados por Debra Weese-Mayer, John Yoon Lee e John Rogers passou a desenvolver biossensores sem fio não invasivos que podem monitorar continuamente os parâmetros vitais simplesmente fixando-se na superfície da pele do bebê.

O biossensor sem fio consiste em duas partes, uma para tórax e uma unidade para membros, ambas cabendo na palma da mão de um adulto. A unidade de tórax pode ser montada suavemente no tórax do bebê, enquanto a unidade de membros pode envolver um pé, palma ou dedo do pé. Isso significa que o biossensor cobre uma ampla gama de idades e anatomias infantis, incluindo interfaces como sensores de pulso à mão e pés aos pés.

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Os pesquisadores demonstraram seu uso clínico bem-sucedido em bebês extremamente prematuros, com 27 semanas de idade gestacional, mas que estiveram fora do útero por seis semanas. O sensor pode monitorar simultaneamente os níveis respiratórios e de oxigênio no sangue e medir as vibrações do tórax para gerar um sismocardiograma, que fornece informações semelhantes a um eletrocardiograma, monitorando a atividade do músculo cardíaco. Ele é mais adequado para crianças pequenas porque fornece uma avaliação direta da atividade mecânica do coração. O dispositivo também registra o choro de uma criança, que pode ser usado para analisar a dor e os níveis de estresse.

Um dos desafios enfrentados pelos pesquisadores foi consertar a natureza frágil do sensor sem compensar sua flexibilidade, que é a chave para gravar em superfícies altamente curvas como o tórax, tornozelos e dedos dos pés. Os componentes eletrônicos do dispositivo são colocados entre capas de silicone à prova d'água, para que se acomodem confortavelmente na pele sensível de bebês. O sensor pode extrair energia de baterias integradas ou de uma antena próxima colocada 30-50 cm de distância do biossensor, garantindo que ele nunca perca o controle dos sinais vitais do paciente.

Para se comunicar, o dispositivo usa Bluetooth e pode transmitir dados para um software de computador a dez metros de distância. Os sensores ainda podem ser esterilizados entre pacientes e não geram calor por até 24 horas. Eles permitem que os pais segurem seus bebês, os alimentem e os limpem em tempo hábil.

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Mas a ideia é que esta tecnologia seja expandida para além de bebês e crianças. Pacientes que precisam de monitoramento ambulatorial, como aqueles enviados para casa após uma cirurgia ou aqueles com doenças crônicas, também podem usar o dispositivo. Compartilhar os dados de monitoramento com um médico online também pode reduzir as visitas a hospitais não emergenciais.

Vale perceber que provavelmente levará algum tempo até que essa tecnologia possa ser usada de fato em hospitais, uma vez que este é um dos primeiros estudos a registrar dados em pacientes reais de UTIs neonatais — portanto, é necessária mais confirmação para garantir a confiabilidade desses biossensores.

Fonte: Massive Science