Misturar diferentes vacinas contra a COVID-19 pode dar bom; cientistas explicam
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 17 de Maio de 2021 às 11h15
Já mencionamos a curiosa combinação entre vacinas Covishield e Sputnik V em uma só, mas a mescla de diferentes imunizantes contra a COVID-19 virou alvo de um estudo publicado no The Lancet. A descoberta, no geral, é que tomar a primeira dose de um imunizante e a segunda dose de outro pode desencadear maiores reações, o que insinua a possibilidade de uma resposta imunológica melhorada, embora ainda não haja uma confirmação a respeito.
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O estudo do Reino Unido é observado de perto por autoridades de saúde no Canadá e em outros países e consiste na participação de 800 voluntários de 50 anos ou mais. Eles tomaram um dos esquemas de combinação de vacinas: primeira e segunda dose da vacina AstraZeneca-Oxford; primeira e segunda dose da vacina da Pfizer-BioNTech; primeira dose da vacina AstraZeneca-Oxford, segunda dose da vacina Pfizer-BioNTech; primeira dose da vacina Pfizer-BioNTech, segunda dose da vacina AstraZeneca-Oxford.
Diante dessas dosagens com duas vacinas diferentes, 34% dos voluntários que tomaram o imunizante da AstraZeneca e depois o da Pfizer relataram uma sensação de febre, enquanto apenas 10% das pessoas que receberam as duas doses da AstraZeneca relataram essa reação. Já dentre os que receberam primeiro a dose da Pfizer e depois a da AstraZeneca, mais de 40% relataram a reação, contra 21% dos que receberam duas doses da Pfizer.
Segundo os pesquisadores, aumentos semelhantes foram observados para calafrios, fadiga, dor de cabeça, dores nas articulações, mal-estar e dores musculares. No entanto, os sintomas induzidos pela vacina duraram pouco e os dados limitados não geraram preocupações.
Essa primeira fase do estudo está focada em entender o impacto nas reações pós-vacinação, mas a ideia é entender depois a eficácia de cada combinação. De qualquer maneira, os pesquisadores apontam que os resultados são um bom presságio para que esta seja uma estratégia viável, mas ainda há um longo caminho pela frente para entender se, de fato, essas combinações compensam. Ainda assim, já pensou no impacto que isso pode trazer para as campanhas de vacinação? Vale lembrar que o estudo está disponível online.
Fonte: CBC