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Médicos chineses investigam mutação do coronavírus em "nova onda" de casos

Por| 20 de Maio de 2020 às 16h33

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Reprodução: Pixabay
Reprodução: Pixabay

Médicos da China, país que originou a pandemia da COVID-19, estão estudando novos casos da doença que vêm surgindo na região nordeste e comparando com o surto inicial em Wuhan. O objetivo dos pesquisadores é concluir se o SARS-CoV-2 vem apresentando mutações e como isso acontece, fato o que o tornaria mais difícil de ser erradicado.

De acordo com Qiu Haibo, um dos principais médicos do país no combate à doença, pacientes localizados nas províncias de Jilin e Heilongjiang parecem estar carregando o vírus por mais tempo no organismo, e o resultado negativo está demorando mais para aparecer.

Além disso, o médico revela a aparição tardia dos sintomas, acontecendo cerca de duas semanas após a infecção. Com isso, torna-se mais complicado para as autoridades ficarem cientes de cada caso para evitar a propagação da COVID-19. "O período mais longo no qual pacientes não apresentaram sintomas criou grupos de infecções familiares", relata o médico. 

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Nas duas últimas semanas, aproximadamente 46 casos foram registrados nas cidades de Shulan, Jilin e Shengyang, e a reaparição de infecção em três províncias fez com que novas medidas de lockdown fossem implementadas em uma região com cerca de 100 milhões de pessoas. Ainda não está claro, no entanto, se a mutação do vírus vem acontecendo de maneira significativa, com os médicos estudando as diferenças da contaminação e tratamento no surto inicial e no ressurgimento de agora, em uma localidade menor.

"Na teoria, algumas mudanças na estrutura genética podem levar a mudanças na estrutura do vírus ou na forma na qual ele se comporta. No entanto, muitas mutações não trazem nenhuma mudança discernível", conta Keiji Fukuda, diretor e professor clínico da Escola de Saúde Pública de Hong Kong. Sendo assim, o que vem acontecendo na China pode não ter correlação com uma mutação, sendo preciso obter de evidências muito claras antes de chegar a essa conclusão, segundo o especialista.

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De acordo com Qiu, os médicos também notaram que pacientes do grupo de infecções no nordeste da China apresentam mais danos no pulmão, enquanto os de Wuhan tiveram danos não só no pulmão, como nos rins, coração e intestino. Entre os novos infectados, somente 10% tiveram seus casos considerados críticos e 26 estão hospitalizados.

Com o novo surto, províncias da região nordeste ordenaram a volta das medidas de isolamento absoluto, fechando escolas e residências e suspendendo os serviços de transporte público. Isso desanima a população, indicando que ainda não há uma previsão para o fim da pandemia.

Fonte: Bloomberg