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Médico israelense defende que só uma dose da vacina da Pfizer não basta

Por| 19 de Janeiro de 2021 às 20h40

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Ake/Rawpixel
Ake/Rawpixel

Na última segunda-feira (18), o médico israelense Nachman Ash declarou que uma única dose da vacina da Pfizer e da BioNTech estava fornecendo menos proteção do que o inicialmente esperado, já que o país relatou um recorde de 10 mil novas infecções por COVID-19. Segundo ele, uma única dose parecia menos eficaz do que se pensava e também mais baixa do que a empresa havia sugerido. No entanto, aqueles que receberam a segunda dose da vacina Pfizer tiveram um aumento de seis a 12 vezes no total de anticorpos contra a doença, de acordo com dados divulgados pelo Sheba Medical Center em Tel Hashomer.

De acordo com a própria Pfizer, uma única dose de sua vacina é cerca de 52% eficaz. Alguns países, como o Reino Unido, atrasaram a administração de suas segundas doses para tentar maximizar o número de pessoas que receberam a primeira dose. Em Israel, o cenário é semelhante: mais de 2 milhões de pessoas receberam sua primeira dose da Pfizer, enquanto 400 mil tiveram uma segunda.

Com advertências de que 30% a 40% das novas infecções eram causadas por uma variante da COVID-19 identificada pela primeira vez no Reino Unido, o gabinete israelense se reuniu para considerar o aumento das restrições existentes, mas alguns analistas consideram a prevalência da nova variante em níveis mais baixos. O gabinete foi avisado por Nachman Ash de que a nova variante se tornaria a principal fonte de infecções em Israel dentro de semanas.

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Na reunião, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse: “Estamos em uma corrida acirrada entre a campanha de vacinação e as altas taxas de infecção no mundo devido à mutação”. Ele ainda pediu um “último esforço” contra o vírus. Atualmente, Israel está realizando um lockdown pela terceira vez, que tem previsão para terminar na próxima quinta-feira (21).

A situação da pandemia tem sido bem delicada em Israel: em julho, milhares de pessoas realizaram uma manifestação no país contra a resposta do governo à crise da COVID-19, sob o argumento de que estão enfrentando dificuldades financeiras, porque os benefícios prometidos pelo governo ainda não foram pagos. Com a pandemia, a taxa de desemprego subiu para 21% em Israel.

O que acontece depois da primeira e da segunda aplicação

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É bem conhecido pela comunidade científica que as vacinas não atingem seu potencial de proteção logo na primeira dose, e que precisam do reforço para que o organismo produza imunidade. Enquanto a primeira dose pode requerer de duas a três semanas para "funcionar", a segunda dispara respostas imunes diferentes, o que faz com que a proteção seja muito mais "encorpada".

A questão sobre uma dose ou duas surgiu depois que milhares de israelenses se contaminaram com o coronavírus mesmo após a primeira aplicação — muito embora a chefe de saúde pública do país, Sharon Alroy-Preis, tenha defendido que na maioria dos casos isso aconteceu porque as pessoas não fabricaram anticorpos suficientes a tempo, durante a janela entre a primeira picada e o contágio propriamente dito.

No Reino Unido, a polêmica em torno do tempo de espera entre uma aplicação e outra foi ventilada mundo afora, e dividiu opiniões. As autoridades cancelaram os agendamentos para a segunda tomada da vacina, e recomendaram um aumento de 21 dias para 12 semanas, alegando que a imunização funcionaria de forma semelhante, e mais pessoas poderiam ser vacinadas em um primeiro momento. Entretanto, tal como o médico israelense, outros defendem que esse prazo mais longo pode interferir negativamente no processo de produção de anticorpos, já que o vírus pode sofrer mutações e se tornar mais resistente nesse meio-tempo.

Fonte: The Guardian