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Magnata russo da tecnologia quer ampliar nossa existência e nos tornar imortais

Por| 30 de Setembro de 2019 às 18h00

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Jirsak/DepositPhotos
Jirsak/DepositPhotos

Viver para sempre? Se depender de um guru russo da tecnologia, é isso que o futuro nos reserva.

Sergey Young, milionário do setor de tecnologia conhecido por ser amigo de Roman Abramovich (controverso magnata russo do petróleo, que é um dos homens mais ricos do mundo, dono do clube de futebol inglês Chelsea, e investigado pela Interpol por possíveis conexões com a máfia russa), já investiu cerca de US$ 100 milhões no fundo Longevity Vision, que tem o objetivo de bancar pesquisas sobre estender o tempo de vida dos humanos.

O objetivo de Young é descobrir como as mais recentes tecnologias da robótica, desenvolvimento de órgãos em laboratório e inteligência artificial podem ser usadas para fazer com que um ser humano consiga viver tranquilamente durante séculos.

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Um dos projetos que está sendo bancado pelo fundo é o da Juvenscence, uma empresa do Reino Unido que está desenvolvendo a criação de uma composto “senolítico” — ou seja, um remédio que irá remover do corpo células em estado de deterioração, o que irá ajudar a rejuvenescer os tecidos do corpo humano.

Outra empresa que recebe dinheiro do magnata russo é a LyGenesis, que está tentando resolver os problemas de rejeição do corpo a órgãos transplantados desenvolvendo uma técnica que permitirá que os órgãos da pessoa se regenerem dentro do próprio corpo. E há também a Freenome, uma empresa do Vale do Silício que está desenvolvendo uma IA capaz de detectar células cancerígenas ainda em estágio inicial de desenvolvimento, quando os tratamentos existentes hoje são bastante efetivos.

O grande objetivo de Young é usar a tecnologia para continuar aumentando a idade média da população. Ele lembra que cerca de 50 anos atrás, o tempo de vida média de uma pessoa era de 43 anos, e hoje, nos países mais desenvolvidos, essa idade já subiu para cerca de 80 anos. Apesar disso, Young não é um defensor da imortalidade, e acredita que no momento que a tecnologia nos tornar imortais, perderemos algo importante para nossa experiência humana. Assim, o objetivo dos estudos bancados por ele é nos ajudar a quebrar a barreira do tempo médio de vida humano de cem ou duzentos anos, prolongando sua existência no planeta.

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Mas, ainda assim, a imortalidade não deve ser um objetivo tão intangível. De acordo com o renomado futurologista Ian Pearson, o avanço da tecnologia permitirá que qualquer pessoa que ainda esteja viva em 2050 possa se tornar imortal. Ele defende essa tese apontando os enormes avanços ocorridos na medicina e na biotecnologia nas últimas décadas, e que até 2050 permitirão que as pessoas rejuvenesçam seus corpos para o auge de suas vidas, possibilitando a existência de pessoas com centenas de anos mas cujos organismos são equivalente ao de alguém de trinta.

Edição genética vs ciborguismo

Ainda que esse rejuvenescimento possa ser conseguido através de manipulação genética das células, a aposta do Pearson é que o caminho que provavelmente iremos trilhar será o do uso de robôs. Isso porque, segundo ele, bem antes de conseguirmos dominar todas as técnicas de manipulação genética para reverter o envelhecimento das células, será possível fazer o upload de toda nossa consciência para um servidor em nuvem, e então fazer o download de nosso “cérebro” em um androide, permitindo que continuemos sendo quem somos no corpo de uma máquina.

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Mesmo que, em um primeiro momento, essa tecnologia seja extremamente cara e disponível apenas para milionários, Pearson acredita que por volta de 2070 o preço dela já terá caído tanto que até mesmo pessoas residentes em países que não são considerados desenvolvidos (como o Brasil) poderão ter acesso a ela, podendo alugar um androide para transferir sua consciência com a mesma facilidade com a qual alugamos, hoje, um carro.

Você existindo, mas sem o corpo

Há ainda uma outra possibilidade de imortalidade, que é o de continuar vivendo sem um corpo físico. De acordo com Pearson, seria possível continuar vivendo com nossa consciência na nuvem, vivendo em um mundo virtual mesmo depois de nosso corpo já ter definhado (assim como acontece no episódio San Junipero, da terceira temporada da série Black Mirror). Esse tipo de vida virtual é uma possibilidade fantástica, pois permitiria que um indivíduo pudesse se conectar ao mesmo tempo com milhões de pessoas, estar em diversos lugares ao mesmo tempo, e ter acesso a tudo aquilo que você sempre quis na vida — tornando essa possível vida virtual na coisa concreta mais próxima da ideia de um “paraíso” após a morte.

Fonte: The Sun