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Laboratório de Israel isola anticorpos para o novo coronavírus. O que muda?

Por| 22 de Julho de 2020 às 17h40

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Tumisu/Pixabay
Tumisu/Pixabay

No combate ao novo coronavírus (SARS-CoV-2), pesquisadores de Israel conseguiram um feito importante ao isolarem um anticorpo contra a COVID-19, conforme afirmou o ministro da Defesa de Israel, Naftali Bennett. Na ocasião, foi anunciado que esse era um "avanço significativo" na direção de um tratamento eficaz para controlar a pandemia.

O isolamento de um anticorpo eficaz não deve ser muito útil no processo de desenvolvimento das vacinas, mas, por outro lado, deve colaborar para os estudos e tratamentos específicos para os pacientes que sejam diagnosticados com doença. Antes disso, o anticorpo descoberto in vitro, ou seja, em laboratório, precisa ser validado in natura.

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Com anticorpos isolados e com eficácia comprovada contra a COVID-19, as empresas farmacêuticas poderão, então, fabricar em larga escala medicamentos para o coronavírus e, assim, será possível evitar graves infecções. Isso porque o medicamento pode ter um efeito decisivo para os pacientes que enfrentam os estágios iniciais ou pertencem a algum grupo de risco (idosos, cardiopatas, diabéticos).

Próximos passos

A descoberta do anticorpo para o coronavírus, feita pelo Instituto de Pesquisa Biológica de Israel (IIBR), foi a primeira do tipo no mundo, segundo o Ministério da Defesa. Isso porque ela alcançou três diferentes marcos da pesquisa: encontrar um anticorpo que destrói o vírus; que atinja especificamente o novo coronavírus; ser monoclonal, ou seja, não ter proteínas adicionais que podem causar complicações para alguns pacientes.

Para o professor Shuki Shemer, o chefe do Centro Médico Assuta de Israel e o antigo diretor-geral do Ministério da Saúde, comenta que "eles [os pesquisadores israelenses] produziram um anticorpo que neutraliza o vírus", mesmo que "ainda haja um longo caminho a percorrer" até os testes finais e a aprovação de um medicamento. Agora, a equipe também trabalhar para registrar a patente da descoberta.

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“Esse é um marco importante, mas depois vem testes complicados e um processo de obtenção de aprovação regulatória. De acordo com uma avaliação dos cientistas do instituto, essa inovação tecnológica está pronta para encurtar o processo, que continuará por vários meses”, afirmou o instituto responsável via comunicado. Além desse anticorpo, os pesquisadores anunciaram também a descoberta de mais três anticorpos, todos ainda em fase de análises. 

Cuidado com fake news

A respeito da descoberta israelense, tem circulado pelas redes sociais um vídeo em que, supostamente,  médicos e enfermeiros dançam, no meio a macas e equipamentos de saúde. A mídia também é acompanhada da seguinte legenda: "Em Israel, comemorando ter zerado os pacientes do vírus. Semeie, para que a vibração chegue rápido por aqui. Eita glória. Lindo de se ver!". No entanto, se trata de uma fake news

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Segundo a plataforma Worldometer, que agrupa dados da COVID-19 em todo o mundo, Israel registra, nesta quarta-feira (22), 55,6 mil contaminados pelo novo coronavírus, sendo que 32 mil dessas pessoas estão com o vírus ativos no corpo, ou seja, doentes. Isso significa que a infecção respiratória ainda é um problema no país e, mesmo que a descoberta do anticorpo seja um aliado para o desenvolvimento de tratamentos, isso ainda não é uma realidade.

Na verdade, o vídeo original da comemoração foi publicado no mês de abril pela página do Centro Médico de Tel Aviv, com a seguinte legenda: "Pouco antes do Sêder, a equipe médica de emergência alivia a tensão e começa a dançar". Na cultura local, o Sêder de Pessach é considerado um jantar cerimonial na primeira noite ou nas duas primeiras noites da páscoa judaica.

Fonte: Times of Israel, Estadão, LupaG1