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Homens que tomam remédio para diabetes podem ter filhos com defeitos genitais

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Março de 2022 às 10h35

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twenty20photos/envato
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Durante o período de produção de espermatozoides, homens que tomaram o remédio metformina para controlar diabetes tipo 2 eram mais propensos a ter filhos com defeitos congênitos, revelam pesquisadores dinamarqueses e norte-americanos. Por enquanto, as conclusões ainda são preliminares e devem ser melhor investigadas.

Publicado na revista científica Annals of Internal Medicine, o estudo sobre o uso de remédios para o diabetes tipo 2 e a associação com o maior risco de defeitos congênitos foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca e da Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

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"O tratamento com metformina paterna pré-concepcional está associado a defeitos congênitos maiores, particularmente defeitos congênitos genitais em meninos. Mais pesquisas devem replicar essas descobertas e esclarecer a causa", afirmam os autores sobre as descobertas.

Entenda o estudo sobre a metformina

No estudo, a equipe de pesquisadores inclui dados de mais de 1,1 milhão de nascimentos na Dinamarca, que ocorreram entre os anos de 1997 e 2016. No levantamento, foram excluídos recém-nascidos de mães diagnosticadas com diabetes ou pressão alta. Isso porque o objetivo era entender especificamente como o diabetes e as medicações, usadas em homens, podem afetar o desenvolvimento das crianças. Além da metformina, foram analisados os possíveis efeitos da insulina e da sulfonilureia.

Segundo os pesquisadores, quando os pais tomaram a metformina durante o período desenvolvimento dos espermatozoides, a frequência de recém-nascidos que nascerem com defeitos congênitos era 40% maior que os casos em crianças cujos pais usaram insulina. A relação também foi discrepante quando se comparou com o uso da sulfonilureia.

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Vale explicar que, no estudo, os pesquisadores identificaram apenas defeitos congênitos genitais e todos foram identificados apenas em meninos. Segundo os autores, a frequência de outros tipos de defeitos congênitos — como cardíacos, cromossômicos ou em membros — não foi significativamente maior.

Mudanças no tratamento?

"Estes são os primeiros dados a sugerir que a metformina paterna pode estar associada a defeitos congênitos em crianças. Como tal, seria cedo para começar a alterar a prática clínica", afirmou o pesquisador Maarten J. Wensink, um dos autores do estudo, para o site MedPage Today.

Por exemplo, ainda é necessário confirmar se a relação pode ser identificada em outras populações, além da dinamarquesa. "No entanto, se for confirmado em outras populações, [a mudança de medicação] pode começar a entrar em discussões de aconselhamento", explica Wensink.

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"Por enquanto, gostaria apenas de enfatizar que a saúde paterna é importante por si só, mas também porque pode afetar a próxima geração", pontua. "Dada a prevalência do uso de metformina como terapia de primeira linha para diabetes tipo 2, a confirmação desses achados é urgentemente necessária", finaliza o cientista.

Fonte: Annals of Internal Medicine e MedPage Today