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Giro da Saúde: herpes B, macacos e morte; aranha que salva corações; e mais!

Por| 25 de Julho de 2021 às 08h00

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Giro da Saúde: herpes B, macacos e morte; aranha que salva corações; e mais!
Giro da Saúde: herpes B, macacos e morte; aranha que salva corações; e mais!

Tivemos outra semana agitada no mundo da saúde e da ciência! De sensores que devolvem a fala a um homem com paralisia severa à primeira morte oficialmente confirmada de um homem na China pelo vírus da herpes B (ou varíola do macaco), o Canaltech traz um resumo bem direto de tudo o que rolou de mais importante na editoria — e você ainda começa a semana bem informado. Vamos nessa?

Variante Delta: no Rio, quase todos os infectados relatam os mesmos sintomas

A variante Delta, conhecida por ser mais contagiosa, já está "causando" no Rio de Janeiro. Na terça passada (20), a Secretaria Municipal de Saúde da capital analisou o perfil de saúde de 23 infectados com a variante e confirmou que 22 deles apresentavam os mesmos sintomas, caracterizados como síndrome gripal. Apenas um apresentou síndrome respiratória aguda grave. A linhagem já é a segunda mais predominante em todo o estado do Rio de Janeiro, já que, até segunda passada (19), a Secretaria Estadual de Saúde confirmava 83 casos de infectados pela Delta.

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Mas, como são os sintomas de síndrome gripal? Geralmente, são descritos como febre, tosse, dor de garganta, cabeça, músculos e articulações. Na síndrome respiratória aguda grave o quadro muda, já que pode provocar falta de ar, desconforto respiratório e queda na saturação de oxigênio no sangue.

Vírus do herpes B: o que é a varíola do macaco, que matou um veterinário chinês?

No sábado passado (17), autoridades de saúde da China confirmaram a primeira morte em decorrência de infecção do vírus do herpes B, também conhecida como varíola do macaco. Na ocasião, um veterinário pesquisava animais e teria dissecado dois macacos contaminados, quando se infectou com o vírus. Um mês depois do contato, o homem teve náuseas, vômitos e febre, não suportou e morreu no dia 27 de maio, em decorrência da doença, em Pequim. 

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Nos Estados Unidos, o alerta para o herpes B também já foi aceso: no último dia 16, as autoridades de saúde locais confirmaram que um passageiro que viajou de avião da Nigéria para o Texas foi diagnosticado com varíola do macaco. Até o momento, a maioria dos registros históricos da infecção estava concentrada no continente africano. Ainda neste ano, além do caso texano e o chinês, já foram registrados outros três casos da infecção rara em humanos no Reino Unido. A infecção entrou na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) das 10 doenças infecciosas que podem se tornar a causa das próximas pandemias.

Veneno de aranha perigosa ajuda na recuperação do coração após infarto

Quem diria que o veneno de uma das aranhas mais perigosas do mundo poderia salvar corações de pessoas infartadas? Pois é isso que descobriu um estudo realizado recentemente pela Universidade de Queensland, na Austrália. A proteína do veneno da aranha-teia-de-funil, chamada Hi1a, tem um potencial regenerativo nos tecidos do coração após um ataque cardíaco — que danifica as células musculares do órgão. Na natureza, esse veneno é extremamente tóxico para humanos após uma picada — que pode matar a pessoa em poucos minutos.

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A descoberta se baseia na máxima de que qualquer tecido que possa ser recuperado durante ou depois de um ataque cardíaco já vale bastante. A proteína Hi1a entre em cena para interromper um sinal que é enviado à célula para que ela morra, caso não tenha oxigênio suficiente, o que pode acontecer durante um ataque ou durante a remoção do órgão para transplante.

Os cientistas criaram uma espécie de droga com base na proteína Hi1a e testaram sua eficácia em células humanas de um coração ainda com batimentos em laboratório, e descobriu que as células expostas ao ataque cardíaco tinham mais chances de sobreviver se tratadas com a proteína. Isso amplia as chances de recuperação dos infartados e ainda pode servir para aumentar o número de doações de coração, já que evita a rápida degeneração do músculo cardíaco quando o órgão for retirado do corpo e armazenado para transplante.

Embaixada da China cobra investigação em laboratório dos EUA

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Na quinta (22), a Embaixada da China no Brasil usou as redes sociais para cobrar, publicamente, os Estados Unidos sobre supostos segredos que poderiam estar escondidos no laboratório bioquímico de Fort Detrick, localizado no estado de Maryland. O centro de estudos é conhecido oficialmente como Instituto de Pesquisa das Doenças Infecciosas do Exército norte-americano.

Segundo a embaixada,  "o Fort Detrick permanece envolto em segredos" que merecem ser esclarecidos. A denúncia afirma que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA solicitou que o Fort Detrick interrompesse a maior parte de suas pesquisas, e que, logo após a determinação, "surtos inexplicáveis ​​de doenças respiratórias apareceram no norte [do estado] da Virgínia e a EVALI estourou em Wisconsin". As autoridades chinesas ainda emendam que "comunidades de aposentados perto da base [Fort Detrick] experimentaram surtos de pneumonia inexplicáveis".

Vale lembrar que na manhã da mesma quinta-feira, a China rejeitou publicamente os planos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para iniciar uma segunda fase de estudo sobre origens da COVID-19.

Neuroprótese: dispositivo lê mente de homem e transforma pensamentos em fala

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Boa notícia! Algo inédito e promissor aconteceu na última semana na ciência: pesquisadores conseguiram transformar em frases as ondas cerebrais de um homem com paralisia severa, que não consegue se comunicar através da fala. O que ele pensava foi traduzido em frases na tela de um computador. O homem que participou do estudo escolheu não ser identificado, mas usava uma espécie de ponteiro conectado a um boné, permitindo que ele movesse a cabeça para selecionar, como um cursor, palavras ou letras em uma tela. Essa técnica, no entanto, é limitada, defasada e bastante lenta. Sendo assim, a ideia foi dar um "upgrade" no mecanismo de geração de fala do voluntário.

O participante do estudo é um homem de 30 anos, que sofreu um derrame cerebral há 15. O acidente o deixou paralisado e sem capacidade de falar. Os pesquisadores, então, implantaram eletrodos através do crânio na superfície de seu cérebro, na região que comanda a fala, e na sequência, os conectaram ao computador. A máquina, por sua vez, analisou os padrões que surgiam enquanto ele tentava dizer palavras como "água" ou "bom", aprendendo a diferenciar cerca de 50 palavras — que, juntas, poderiam gerar mais de mil frases. 

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