Giro da saúde: nova variante da covid; seu fogão é um vilão; câncer em jovens
Por Luciana Zaramela | 18 de Setembro de 2022 às 08h00
Aos domingos, o Canaltech faz uma seleção dos principais assuntos de saúde que bombaram na semana. Hoje, falaremos sobre uma nova variante do coronavírus; a descoberta de que o fogão a gás pode poluir sua casa e causar doenças; o preocupante e crescente número de casos de câncer em jovens; e mais! Acompanhe agora, no Giro da Saúde!
Variante BA.4.6, a nova cepa do coronavírus
A OMS (Organização Mundial da Saúde) mal anunciou que a humanidade pode caminhar para o fim da pandemia e uma nova variante, descendente da Ômicron, já foi identificada em mais de 70 países. Trata-se da BA.4.6, que aparentemente deve ocupar o lugar das BA.4 e BA.5 — mas, até agora, não constitui risco à saúde pública.
Ainda é cedo para falar sobre sintomas e transmissibilidade da nova cepa. O que se sabe é que a BA.4.6 é semelhante à BA.4, mas uma mutação na proteína Spike (S) da membrana viral chama atenção. "Essa mutação R346T foi observada em outras variantes e está associada à evasão imunológica, o que significa que ela ajuda o vírus a escapar de anticorpos adquiridos por vacinação e infecção anterior", explica Manal Mohammed, professora de microbiologia médica da Universidade de Westminster, no Reino Unido.
Seu fogão é um vilão?
Um alerta sobre os potenciais riscos que o fogão a gás pode trazer para você e sua família foi feito por pesquisadores da Sociedade Americana de Química. O eletrodoméstico pode liberar poluentes atmosféricos durante o uso e até mesmo quando desligado! O gás de cozinha, durante a combustão, libera um subproduto tóxico chamado dióxido de nitrogênio. Além disso, o gás metano pode ser liberado mesmo quando o fogão não está em uso.
A quantidade de poluição interna gerada pelo fogão a gás é afetada pela estrutura da residência, ou seja, quem mora em casas maiores, com exaustores e bem ventiladas, geralmente está menos exposto aos poluentes. Já aqueles que moram em apartamentos ou casas pequenas podem estar mais expostos a gases tóxicos. Os especialistas apontam que usar alternativas como o fogão por indução ajuda a melhorar a qualidade do ar dentro de casa.
Carne processada é mais prejudicial do que se imagina
Que a comida processada passa longe de ser saudável, nós já sabemos. Mas o que dois novos estudos trazem à tona é que os malefícios das carnes ultraprocessadas são ainda maiores do que se imaginava. Esse tipo de alimento industrializado geralmente traz emulsificantes, espessantes e sabores artificiais, em processos de fabricação que simplesmente destroem a estrutura natural dos ingredientes e, consequentemente, retiram muitos nutrientes.
Alguns pesquisadores teorizam que os alimentos ultraprocessados são reconhecidos pelo corpo como estranhos, gerando uma resposta inflamatória como resultado. Esse processo também está relacionado a um risco aumentado de câncer de cólon. Além disso, o consumo desenfreado desses produtos pode aumentar o risco de morte prematura por qualquer causa.
Como exercícios aliviam sintomas do Parkinson
Praticar atividade física pode ajudar a reduzir os sintomas do Parkinson. Segundo um novo estudo, que avaliou os efeitos dos exercícios em roedores, existe uma interação entre a atividade física e uma molécula chamada irisina. Nos roedores, os pesquisadores se concentraram em um modelo de pesquisa no qual células cerebrais de camundongos foram projetadas para espalhar pequenas fibras finas de alfa-sinucleína, uma proteína que regula o humor e os movimentos relacionados à liberação de dopamina — um dos principais gatilhos da doença de Parkinson.
Quando as proteínas alfa-sinucleína se aglomeram, esses aglomerados matam as células cerebrais produtoras de dopamina. No estudo, foi descoberto que a irisina impediu o acúmulo de aglomerados de alfa-sinucleína. Em camundongos que receberam irisina injetável, o hormônio do exercício reduziu os níveis de alfa-sinucleína relacionada à doença de Parkinson entre 50% e 80%.
Aumento de casos de câncer em jovens
No mundo todo, o número de casos de câncer em pessoas jovens (com menos de 50 anos) aumentou significativamente, segundo pesquisadores da Universidade de Harvard. Segundo eles, isso tem a ver com a mudança de hábitos alimentares. Além disso, as alterações no estilo de vida e o maior número de programas para rastreamento de câncer pode ter ajudado, já que o último implica em mais diagnósticos.
“Entre os 14 tipos de câncer em ascensão que estudamos, oito estavam relacionados ao sistema digestivo. A comida que comemos alimenta os microorganismos em nosso intestino”, afirma Tomotaka Ugai, pesquisador e um dos autores do estudo, em comunicado. “A dieta afeta diretamente a composição do microbioma e, eventualmente, essas mudanças podem influenciar o risco e os resultados da doença”, sugere.