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Giro da Saúde: da variante indiana no Brasil à rotação de memórias no cérebro

Por| 23 de Maio de 2021 às 08h00

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Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech

Todo domingo, aqui no Canaltech, você lê a seleção das notícias mais importantes da semana. O Giro da Saúde vem para te deixar por dentro do que aconteceu nos últimos dias, além de te preparar para receber as notícias da semana que se inicia: e tem de tudo um pouco no resumão de hoje!

De processos inéditos do cérebro, passando por vacinas e variantes do coronavírus, os principais destaques da semana estão resumidos, caso a caso, a seguir. Boa leitura!

Variante indiana do coronavírus desembarca no Brasil

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Na última quinta-feira (20), foi confirmado pelo Instituto Evandro Chagas (órgão ligado ao Ministério da Saúde) que os primeiros 6 casos da variante indiana do coronavírus chegaram ao Brasil. Batizada de B.1.617, a linhagem do SARS-CoV-2 foi identificada em seis tripulantes no navio MV SHANDONG DA ZHI, que está ancorado no estado Maranhão.

"Vale ressaltar que são os primeiros casos desta variante no Brasil, contudo tratam-se de casos importados e as medidas de contenção estão sendo executadas pelos órgãos competentes", destacou o IEC, em nota. O instituto esclarece que os pacientes da COVID-19 não foram infectados no país e que, até onde se sabe, não há circulação comunitária da variante. A embarcação saiu originalmente de Hong Kong, e a última parada foi na cidade do Cabo, na África do Sul.

Saiba mais sobre a variante indiana e como foi descoberta no Brasil

Vacina da CanSino pede autorização à Anvisa

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Mais uma vacina se torna candidata para uso emergencial no Brasil: desta vez, é o imunizante da CanSino Biologics, laboratório chinês que desenvolve a fórmula chamada Convidecia. No Brasil, a solicitação foi feita pela Belcher Farmacêutica, que representa o produto.

A Anvisa já avisou que começou a avaliar a documentação. Se estiver tudo nos conformes, a agência deve se manifestar nesta semana.

De dose única, a vacina da CanSino é produzida a partir de um adenovírus humano não replicante, tal como acontece com as fórmulas de Oxford/AstraZeneca, da Janssen e do Instituto Gamaleya (Sputnik V). Inclusive, já foram realizados testes com humanos que receberam a Convidecia ou um placebo em inúmeros países, como Paquistão, Rússia, Chile, Argentina e México. Os resultados destes testes (de Fase 3) serão analisados pela Anvisa.

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No Canaltech você lê mais a respeito da vacina da CanSino

Ingerir álcool é nocivo para o cérebro, mesmo que seja só um golinho

Um novo estudo (ainda sem revisão por pares) realizado no Reino Unido pela Universidade de Oxford revela que ingerir bebida alcoólica, independente da quantidade, danifica o cérebro. Com uma amostragem englobando mais de 25 mil voluntários, a pesquisa ainda sugere que quanto mais álcool é consumido, menor se torna o volume do cérebro. Outra descoberta dá conta de que o cérebro não é afetado somente em áreas específicas, como se acreditava anteriormente.

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Como resultado, o estudo encontrou uma associação entre o volume baixo de massa cinzenta e o consumo mais elevado de álcool. A bebida, segundo os pesquisadores, pode provocar uma alteração de até 0,8% no volume de massa cinzenta, mesmo considerando o comportamento de cada participante e de suas características biológicas e genéticas. Inclusive, fatores ambientais, testes de memória, exames de ressonância magnética também foram levados em consideração.

Acesse aqui a notícia completa — e o estudo, também

Informações em excesso na pandemia = sobrecarga mental

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Você está se sentindo meio exaurido com tanta notícia nessa pandemia? Pois é, segundo um estudo da Kaspersky, esse bombardeio de informações, que teve um aumento substancial durante a pandemia da COVID-19, fez com que mais da metade dos brasileiros passasse a consumir notícias em mais quantidade do que o normal. Aliás, ainda de acordo com a pesquisa, 78% dos brasileiros entrevistados se sentem saturados com o excesso de informações.

Os temas responsáveis pela sobrecarga mental foram a pandemia e correlacionados. Nas primeiras posições estão a atualização diária do número de infectados e mortes pela COVID-19 (77%), orientações de prevenção do vírus (44%) e a corrida da vacinação (32%). De acordo com a análise, as pessoas se sentem ansiosas (38%), estressadas (36%), pessimistas (35%), com raiva (30%) e deprimidas (24%).

E como reverter isso? Segundo os especialistas da Kaspersky, isso afasta as pessoas das informações que precisam receber. A dica para combater essa sobrecarga envolvem criar hábitos saudáveis. Dentre eles, fazer uma pausa, desligar-se, melhorar a qualidade do sono, praticar exercícios físicos e relaxar corpo e mente.

Leia aqui o conteúdo na íntegra

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Este é o trabalho de "boas lembranças" que seu cérebro faz com você

Todos os dias nosso cérebro tem o trabalho de realizar uma limpeza interna para que novas memórias e estímulos não se misturem com aquilo que já temos guardado em nossa mente. Cientistas do Instituto de Neurociência da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, conduziram um estudo interessantíssimo para tentar desvendar esse mecanismo e descobrir como e por que ele acontece.

Nosso cérebro faz o trabalho de absorver novas informações todos os dias, assim que acordamos, enquanto se apega às memórias de curto prazo. E isso não é tarefa simples: o órgão precisa distinguir a percepção e a memória para que o fluxo de dados recebidos não interfira nos estímulos obtidos anteriormente, nem cause interpretação errônea.

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Resumidamente, o que acontece é que nossas memórias não podem interferir na nossa percepção do presente, nem serem reescritas por novas experiências, já que o próprio cérebro cria uma proteção para isso, o que é chamado de codificação ortogonal. Sendo assim, os pesquisadores descobriram que nosso cérebro "rotaciona" as informações sensoriais para que a codificação seja feita como uma memória, sem que os novos dados sejam armazenados às memórias mais antigas.

Curioso, né? Para entender como os cientistas chegaram a essa conclusão, leia a notícia no CT

Vacina da Sanofi e GSK apresenta bons resultados

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Na última segunda (17), as farmacêuticas Sanofi e GSK anunciaram avanços e resultados positivos do estudo clínico de fase 2 que levou em conta sua fórmula contra o coronavírus. Segundo as duas empresas — que ainda não publicaram os resultados em uma revista científica —, o imunizante em testes desencadeou uma significativa produção de anticorpos contra o SARS-CoV-2 em todas as idades testadas. Agora, o próximo passo é o estudo de Fase 3, duplo-cego, controlado e randomizado, que deve começar nas próximas semanas. Serão 35 mil voluntários.

De acordo com as farmacêuticas, a vacina teve tais resultados com apenas uma dose. Mas vale uma consideração: a concentração de anticorpos foi maior em pessoas de 18 a 59 anos. A fase 3 testará duas formulações de vacina, sendo que uma adota a cepa original do coronavírus — a que foi descoberta em Wuhan, na China, no final de 2019 — e a outra foi desenvolvida a partir da variante da África do Sul (B.1.351).

Acesse a notícia e fique por dentro!

É mais fácil morrer de COVID que de trombose, diz CDC

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Muita gente ficou preocupada com as reações adversas, mesmo que muito raras, que algumas vacinas contra COVID-19 (Janssen e Oxford/AstraZeneca) podem causar. Após receber a informação de que 28 pessoas entre 8,7 milhões tiveram problemas com coágulos no sangue após serem vacinadas com o imunizante da Janssen, o CDC anunciou que as chances de morte em decorrência da COVID propriamente dita são 40 vezes maiores que as de se desenvolver um evento adverso raro, como trombose, após a aplicação do imunizante da Janssen. Vale comentar que, destas 28 pessoas, 3 morreram.

De acordo com os dados do CDC, as chances de uma pessoa vacinada com o imunizante da Janssen desenvolver síndrome de trombose com trombocitopenia é de uma em 300 mil. Foram relatados casos da condição em pessoas com idade entre 18 a 59 anos, grande parte aparecendo em pessoas de 30 a 49 anos. A extrema maioria dos casos acontece em mulheres e apenas seis foram registrados em homens. Mais uma vez, o CDC reforça que os benefícios da vacinação são superiores a esse risco.

Quer se inteirar mais sobre coágulos e vacinas? Acesse a notícia

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Cirurgiões trocam osso comprometido por prótese impressa em 3D

Uma boa notícia une Brasil, inovação, tecnologia, ciência e odontologia numa tacada só: profissionais, alunos e residentes da Divisão de Odontologia do Hospital Universitário da USP conseguiram remover parte da mandíbula de um paciente e substituíram o osso danificado por uma prótese que foi impressa em 3D.

Após avaliação do caso, foi detectado um tumor benigno no osso mandibular do paciente, com indicação de remoção cirúrgica em um procedimento chamado mandibulectomia, que consiste na extração da porção óssea comprometida da mandíbula, seja ela parcial ou total. Com a ajuda de softwares de modelagem, os envolvidos na cirurgia criaram um modelo para confecção da prótese, que por sua vez foi impressa em 3D com as medidas adequadas. Com essa prótese em mãos, os cirurgiões removeram a parte da mandíbula que continua o tumor e reconstruíram o rosto do paciente implantando e estabilizando a prótese no lugar. A cirurgia foi um sucesso.

Entenda como foi o processo de criação da prótese

Usar remédio para dormir é uma "faca de dois gumes"

Você já sofreu ou sofre de insônia? Ou conhece alguém que tem dificuldades para dormir? No meio dessa pandemia, com o excesso de informações, home office, privação de vida social e mais uma miríade de novos problemas que surgem como consequência do "novo normal", a insônia pode estar atormentando muito mais gente do que imaginamos. E, ao conversar com especialistas, o Canaltech emite um alerta: cuidado com os remédios para dormir.

"Poderíamos pensar que a recomendação é para cada pessoa que tem insônia", diz o psiquiatra. "Mas não é tão simples assim. Não podemos esquecer um detalhe muito importante: a insônia pode ser apenas um sintoma de uma condição psiquiátrica ou de saúde. O hipertireoidismo, por exemplo, é muito acompanhado de insônia, então se trabalhássemos somente neste sintoma, o de não dormir ou dormir pouco, não basta apenas usar algum indutor de sono, pois não estaríamos tratando a pessoa corretamente", explica Luiz Scocca, psiquiatra e membro da Associação Americana de Psiquiatria (APA).

O que acontece, além disso, é que remédios para dormir também podem trazer alguns problemas de saúde: "Esses remédios devem provocar tolerância, então eles devem ser usados com cautela e parcimônia, com acompanhamento médico. Diversos deles podem provocar também a reação paradoxal, deixando a pessoa agitada, inquieta e confusa", explica Fabio Porto, neurologista comportamental do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Nas palavras da psiquiatra Eglae Souza, do Instituto de Pesquisa Paulista, o uso indiscriminado desses remédios pode causar uma série de problemas, dentre eles tolerância, dependência, risco de acidentes, déficit cognitivo e de memória, depressão, sonambulismo, alterações psiquicas e até parada respiratória, se tomados com bebida alcoólica.

Nós destrinchamos o assunto no Canaltech, leia agora a matéria completa

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