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Giro da Saúde: Brasil vacinado em 2021; "superfungo"; Cyberpunk e convulsões

Por| 13 de Dezembro de 2020 às 09h00

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Giro da Saúde: Brasil vacinado em 2021; "superfungo"; Cyberpunk e convulsões
Giro da Saúde: Brasil vacinado em 2021; "superfungo"; Cyberpunk e convulsões

Mais uma semana recheada de movimentações em torno de vacinas e campanhas de vacinação contra COVID-19 se passou. Além de notícias em torno do coronavírus, o jogo Cyberpunk 2077 e até o crime organizado entraram em cena. Veja agora, esses e mais destaques dos últimos dias, no Giro da Saúde!

Confirmado o primeiro caso de reinfecção por coronavírus no Brasil

Pois bem, chegou a vez de termos, aqui no país, a primeira pessoa que contraiu COVID-19 duas vezes e foi oficialmente diagnosticada. Trata-se de uma médica residente, de 37 anos, que trabalha em dois estados brasileiros: Rio Grande do Norte e Paraíba.

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Foi graças ao método de sequenciamento genético da Fiocruz que a médica obteve a confirmação. A análise descobriu ainda que as contaminações aconteceram com duas linhagens diferentes do coronavírus. A primeira infecção ocorreu em 17 de junho, e a segunda, no dia 13 de outubro. Ou seja: com quase 120 dias de intervalo.

Da primeira vez, a paciente relatou sintomas bem parecidos aos de uma gripe, como dor de cabeça, dor abdominal e coriza. Já na segunda, além dos sintomas de gripe, a paciente apresentou sensação de fraqueza, também conhecida como astenia, além de dor muscular, dor de cabeça na região frontal e ausência de olfato e paladar.

Outros cinco casos de reinfecção ainda estão em investigação no Rio Grande do Norte.

Saiba todos os detalhes na notícia publicada na semana passada no Canaltech!

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COVID-19 pode causar disfunção erétil?

Nos últimos dias, o depoimento de uma médica norte-americana viralizou. No vídeo, ela afirma que a COVID-19 poderia comprometer o sistema circulatório (causando problemas vasculares em alguns pacientes) e, com isso, acabar prejudicando a vida sexual dos homens. Dena Grayson, que é especializada em doenças infecciosas, participava de uma entrevista e emitiu o alerta sobre os riscos de disfunção erétil mesmo após a recuperação da doença causada pelo coronavírus.

O Canaltech foi atrás de um especialista brasileiro para confirmar a informação. E para entender como isso poderia acometer a vida dos homens, a reportagem conversou com o urologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Thiago Seiji.

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"Sabe-se que a COVID-19 pode causar um estado de hipercoagulação associado a uma resposta inflamatória intensa no organismo, de maneira que os vasos sanguíneos podem ser afetados e causar problemas de ereção no homem", afirmou o médico brasileiro.

"O mecanismo da ereção masculina é complexo e depende da interação entre fatores hormonais, psicogênicos e neurovasculares. A ereção ocorre pelo enchimento de sangue dos corpos cavernosos, que são estruturas existentes no pênis. Doenças que comprometem a irrigação sanguínea dessas estruturas podem causar disfunção erétil", detalha o urologista, concordando com a médica americana.

Além da disfunção erétil, o coronavírus ainda pode causar problemas na saúde sexual como um todo. Por exemplo: em artigo publicado na revista científica Prehospital and Disaster Medicine, relataram casos de dois pacientes com dificuldades em atingir o orgasmo após a recuperação da COVID-19. Apesar disso, os pesquisadores afirmam, no estudo, que "nenhuma evidência de replicação viral ou envolvimento inflamatório pôde ser identificada nos órgãos urogenitais desses casos", ou seja, a infecção não contaminou, até o momento, os órgãos reprodutores dos pacientes.

Portanto, cabe aqui a velha máxima da pesquisa acadêmica: mais estudos são necessários para investigar os fatores de risco envolvidos na disfunção sexual — tanto de homens quanto de mulheres.

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Leia a notícia completa!

Cyberpunk 2077 e crises convulsivas

A semana contou com o lançamento do tão aguardado game Cyberpunk 2077, da polonesa CD Projekt Red. Enquanto estava sendo analisado por jornalistas e influencers, antes da data oficial do lançamento, em 10 de dezembro, alguns analistas relataram sofrer ataques epiléticos em certo trecho do jogo.

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Foi o caso da jornalista Liana Ruppert, que relatou ter sofrido uma crise convulsiva forte durante a jogatina. O jogo, de fato, possui alguns gatilhos epiléticos para pessoas sensíveis — como ela —, já que algumas partes do título contam com flashes e luzes em cores fortes.

Segundo Ruppert, há no jogo uma sessão chamada de Braindance, onde os gamers interagem com suas memórias. É nessa parte que luzes brancas e vermelhas começam a piscar rapidamente por alguns segundos — antes que a tela pisque em branco. Ela ainda compara esse momento com um dispositivo "que os neurologistas usam, na vida real, para desencadear uma convulsão, quando precisam presenciar uma para fins de diagnóstico".

A CD Projekt Red, assim que ficou sabendo do ocorrido, emitiu uma nota, pelo Twitter, agradecendo à jornalista. E disse que vai tomar uma providência junto ao time de desenvolvedores do jogo. Logo após, um porta-voz da desenvolvedora afirmou, ao The Verge, o seguinte: "Assim que tomamos conhecimento do artigo de Liana, entramos em contato com ela e agradecemos por compartilhar sua experiência, já que isso definitivamente colocou esse aspecto do jogo sob mais escrutínio”.

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Quer ler mais sobre esse caso? Acesse aqui!

Todos os brasileiros vacinados em 2021?

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Na última quinta-feira (10), uma notícia que chamou a atenção dos brasileiros foi a de que o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, declarou que o governo federal pretende imunizar toda a população brasileira no ano que vem.

Durante entrevista à Jovem Pan, o ministro anunciou que o prazo fixado pela administração federal para que toda população esteja imunizada é 2021: "Acreditamos que a gente chegue aí na metade de 2021, início do segundo semestre, já com bastante cobertura. Não tem que esperar vacinarmos 215 milhões de pessoas para ter os efeitos de uma estratégia de vacinação. Ela visa imunizar grupos de pessoas que vão trazer a contaminação para níveis bem razoáveis", afirmou Pazuello.

Para tanto, ainda de acordo com o ministro, é possível que o governo federal aproveite o registro de agências reguladoras gringas para antecipar aprovação pela Anvisa. Por lei, a Anvisa vai receber esse processo dessa grande agência e vai quase que homologar o registro no Brasil. E ela, por lei, se pronuncia em até 72 horas se já encontrou indícios que poderá regular ou de que precisará aprofundar um pouco mais. É bastante acelerado", comentou.

Atualmente, o governo brasileiro já tem acordos que envolvem a farmacêutica AstraZeneca (parceira da Universidade de Oxford), com 260 milhões de doses. Além disso, o consórcio COVAX Facility também visa fornecer ao Brasil 42 milhões de doses da vacina, totalizando 300 milhões — ou seja, 150 milhões de brasileiros imunizados, já que as campanhas exigem duas doses por pessoa com a fórmula de Oxford.

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Mas, ao final, o ministro acrescentou que está tratando de hipóteses, e deu como exemplo a vacina da Pfizer/BioNTech e a FDA (agência americana análoga à nossa Anvisa). Se, por lá, as coisas andarem — como aconteceu após aprovação na sexta-feira (11) —, é possível que adiante o processo também aqui no Brasil, acelerando o registro da vacina. "Nós já temos previsão de receber 70 milhões de doses da Pfizer e, sim, tentaremos adiantar de janeiro para o quanto antes", enfatizou o ministro.

Em entrevista à CNN, Pazuello informou que o plano nacional de vacinação pode começar entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, e que existe, ainda, a possibilidade de a Anvisa aprovar, em caráter emergencial, o uso da vacina da Pfizer em dezembro. Vale dizer que, também na quinta (10), a agência passou a aprovar regras para uso emergencial de vacinas no Brasil.

Já em relação à CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês SinoVac em parceria com o Instituto Butantan, o governo não descarta comprá-la caso seja registrada na Anvisa.

Fique por dentro de mais falas do ministro: leia a notícia na íntegra

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Butantan inicia produção da CoronaVac

Na quinta-feira passada, o estado de São Paulo confirmou o início da produção nacional da vacina CoronaVac pelo Instituto Butantan. O imunizante foi desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac e vários estados Brasileiros já confirmaram interesse em adquirir as doses para iniciar a vacinação. São eles: Acre; Pará; Maranhão; Roraima; Piauí; Mato Grosso do Sul; Espírito Santo; Rio Grande do Norte; Paraíba; Ceará; e Rio Grande do Sul. Ao todo, 276 cidades também formalizaram o interesse na compra da vacina contra a COVID-19. Outros 912 municípios também manifestaram intenção em adquirir a vacina.

A fim de conseguir atender a demanda, a fábrica do Instituto Butantan passará a funcionar em regime 24/7, e os atuais 245 profissionais contarão com o auxílio de mais 120 novos contratados. “Com isso, a capacidade de produção da vacina chegará a um milhão de doses por dia. Não é só São Paulo que tem pressa, é o povo brasileiro”, afirmou o João Doria, governador de São Paulo, em coletiva de imprensa.

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No entanto, mesmo que tudo esteja sendo preparado, a CoronaVac ainda não obteve resultados clínicos de sua terceira fase de testes. Isso também atrasa o envio dos documentos à Anvisa, que necessita dos resultados para conceder aprovação. Ao que tudo indica, os dados sairão na próxima terça (15), e, segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, a documentação será enviada à agência tanto para uso normal quanto para uso emergencial.

O Governo de São Paulo afirmou que a vacinação contra COVID-19 deve começar em 25 de janeiro, e contará com duas doses.

Leia mais sobre o assunto aqui!

Surto de doença misteriosa leva centenas a hospitais na Índia

Além da COVID-19, outras doenças preocupam médicos e levam pacientes a procurar ajuda, mesmo sem causa aparente, embora com sintomas fortes a ponto de gerar vômitos e convulsões. Aconteceu nesta semana, no estado indiano de Andhra Pradesh, um surto de uma doença misteriosa que já afetou mais de 600 pessoas.

"As pessoas que adoeceram, especialmente as crianças. De repente, começaram a vomitar após reclamarem de dor nos olhos. Algumas delas desmaiaram ou tiveram convulsões", comentou um médico local para o jornal The Indian Express. Ainda não se tem uma etiologia específica, ou seja, não se sabe o que estaria causando a doença. Os pacientes relatam sintomas variados, que vão desde náuseas e enjoos até crises convulsivas e perda de consciência.

Vale apontar que a COVID-19 não é a causa da nova leva de hospitalizações registradas no estado. Segundo a ministra da saúde do estado, Alla Kali Krishna Srinivas, todos os pacientes internados testaram negativo para a infecção do coronavírus. Agora, um comitê formado por 21 especialistas de várias especialidades foi formado pelo governo indiano para investigar as causas do novo surto no país.

Na sexta-feira (11), o governo indiano reuniu um comitê com 21 especialistas, liderado pelo secretário-chefe do estado para investigar o que poderia estar acontecendo, já que, até então, mais de 600 indianos já estariam contaminados. Para o Dr. EAS Sarma, membro aposentado e conselheiro do governo, existe uma forte hipótese de envenenamento pelo sistema de abastecimento e tratamento de água na região. "De acordo com a análise realizada pelo Conselho de Qualidade da Índia (QCI), 33% das amostras de água coletadas em 26 cidades da Índia indicaram altos níveis de chumbo. Tubos de PVC revestidos com chumbo usados ​​extensivamente em sistemas urbanos de água potável parecem ser o principal contribuinte para o envenenamento da água", revelou, segundo o jornal India Today. Há suspeitas de que as causas estejam relacionadas ao descarte incorreto de baterias de veículos, que contêm chumbo em sua composição.

Novos testes com amostras de água devem ser realizados, abrangendo não apenas o chumbo, como também outros metais pesados, como zinco, arsênio, cádmio e mercúrio.

Saiba mais sobre o surto na Índia

Cosmonautas podem ser imunizados com a vacina Sputnik V

A agência espacial russa Roscosmos anunciou, na quarta-feira (9), que pretende imunizar seus cosmonautas com a vacina desenvolvida no país — e que, inclusive, já está sendo distribuida à população.

"Membros do corpo de cosmonautas e funcionários do Centro de Treinamento de Cosmonautas estarão entre os primeiros a serem vacinados", afirmou o chefe da agência espacial russa, Dmitry Rogozin. No mesmo comunicado, o ministro da saúde russo, Mikhail Murashko, explicou ainda que a Sputnik V "terá um papel importante em garantir a segurança biológica do programa espacial russo".

A medida vem para evitar que os cosmonautas carreiem o vírus para a Estação Espacial Internacional (ISS), evitando contágios por lá. De acordo com o cronograma da agência espacial russa, os próximos cosmonautas que embarcarão rumo à ISS — Oleg Novitsky, Pyotr Dubrov e Sergei Korsakov — o farão apenas em abril de 2021. Ou seja: há tempo para serem imunizados e desenvolverem anticorpos.

De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo clínico do imunizante, a Sputnik V apresenta uma taxa preliminar de eficácia de 95%, mas os estudos ainda não foram concluídos e nem publicados.

Mais detalhes sobre cosmonautas e vacina russa você lê aqui.

"Superfungo" no Brasil: merece atenção, mas nada de pânico

Mais uma surpresa para além da COVID-19, agora envolvendo o Brasil: no início da semana passada, a Anvisa emitiu um alerta para os brasileiros, informando sobre o andamento de uma investigação de um caso que ocorreu na Bahia, envolvendo uma infecção por um fungo super resistente que acometeu um paciente internado em UTI.

O fungo, chamado Candida auris, é bastante resistente aos tratamentos convencionais com antifúngicos, e caso não seja tratado corretamente, pode levar à morte. Como é um fungo encontrado em ambientes hospitalares, geralmente é nos hospitais que acontecem as infecções. O C. auris prolifera-se pelas bancadas, móveis e paredes dos hospitais, por isso é tão importante ressaltar que a higienização desses locais é imprescindível e deve ser seguida à risca.

Aqui no Brasil, de acordo com a Anvisa, o fungo foi identificado na ponta do cateter usado em um paciente adulto internado na UTI de um hospital da Bahia. Após a coleta da amostra, o material foi enviado para o Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz (Lacen), em Salvador, e para o Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A amostra vai passar por análises para verificar a resistência do fungo e obter seu código genético, a fim de evitar proliferação. Vale dizer que apenas um caso foi registrado até o momento no país.

Ao Canaltech, Renato Grinbaum, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Universidade Cidade de São Paulo, esclareceu que “o fungo Candida auris não tem potencial epidêmico”. Isso porque ele “causa infecções hospitalares ou em pessoas sem defesas".

Saiba mais sobre o C. auris, o que ele pode causar e como a infecção acontece

EUA aprovam vacina da Pfizer; e o Brasil?

Na noite desta sexta-feira (11), a FDA, órgão regulador análogo à Anvisa, aprovou o uso emergencial da vacina da Pfizer/BioNTech no país. Com a decisão, é provável que, a partir da próxima semana, as campanhas de vacinação com o imunizante. Com isso, os EUA se tornam o sexto país a aprovar a vacina, ainda que emergencialmente, ao lado de Reino Unido, Bahrein, Canadá, Arábia Saudita e México.

Após a novidade, muitos se questionaram como isso impactaria a aprovação da vacina aqui, no Brasil, já que, por lei, é previsto que órgãos reguladores dos EUA, do Japão, da China ou da Europa que aprovem vacinas sirvam de precedente para que a Anvisa libere, em até 72 horas, a documentação para uso no Brasil. No entanto, como a decisão não foi definitiva, e sim emergencial, as coisas podem "atravancar" um pouco para o lado dos brasileiros.

Antes da decisão da FDA, conforme você leu aqui no Giro, Eduardo Pazuello, ministro da saúde, havia afirmado em entrevista à Jovem Pan que o registro da Pfizer nos Estados Unidos poderia acelerar o processo de registro no Brasil. E que tem previsão de receber 70 milhões de doses da Pfizer, com a ideia de adiantar o processo de aprovação emergencial aqui no país, informou. No entanto, não sabemos, exatamente, quando isso vai acontecer.

Leia mais sobre a vacina da Pfizer nos EUA e entenda sobre o processo na Anvisa

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