Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Estudo revela como a covid-19 ataca os pulmões e indica tratamento

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Abril de 2022 às 10h30

Link copiado!

kjpargeter/ Freepik
kjpargeter/ Freepik

Uma equipe de cientistas brasileiros descobriu como funciona um mecanismo ligado ao agravamento da covid-19 nos pulmões e o papel de duas enzimas neste processo. A descoberta indica novos caminhos para pesquisas sobre tratamentos contra a infecção do coronavírus SARS-CoV-2, como o uso do remédio doxiciclina.

Publicado na revista científica Biomolecules, o estudo sobre o funcionamento do ataque do vírus da covid-19 aos pulmões foi realizado por diferentes centros de pesquisa do Brasil, como a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP - USP) e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Continua após a publicidade

Nova descoberta sobre a covid

Na pesquisa, os cientistas descobriram os fatores que agravam o quadro do paciente que sofre com a tempestade de citocinas — umas das principais complicações da doença. Aqui, cabe explicar que as citocinas são proteínas, produzidas pelo sistema imune e que, em tese, ajudam a proteger o organismo. Só que, na infecção, elas passam a atacar o próprio corpo do paciente, já debilitado.

As complicações causadas pelas citocinas são ampliadas pelo aumento do número de duas enzimas que foram, pela primeira vez, associadas à covid-19: a MMP-2 e a MMP-8. Ambas são metaloproteinases, ou seja, enzimas compostas por zinco. Em pacientes com covid-19 grave, a concentração delas aumenta significantemente nos pulmões.

Normalmente, é esperado que as metaloproteinases ajudem na cicatrização do tecido pulmonar afetado. No entanto, com a produção excessiva, é como se elas atuassem para lesionar ainda mais o pulmão do paciente com covid-19.

Continua após a publicidade

Entenda o estudo dos pulmões infectados

Para chegar a esta conclusão, a equipe de pesquisadores analisou amostras de 39 pacientes infectados pela covid-19. Em comum, todos estavam intubadas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) de hospitais da cidade de Ribeirão Preto, entre os meses de junho de 2020 e janeiro de 2021. Além disso, foram incluídas amostras de 13 pacientes que morreram em decorrência da doença.

Após analisar as amostras, a equipe de cientistas detectou que as taxas das metaloproteinases eram mais altas em pacientes internados que em indivíduos que não estavam com a covid-19. Além disso, foi possível observar que esta concentração era ainda mais elevada naqueles que faleceram.

Potencial tratamento

Continua após a publicidade

Com a nova descoberta, os pesquisadores planejam testar medicamentos que podem inibir a metaloproteinase associados a anti-inflamatórios e, dessa forma, esperam reverter o quadro grave da covid-19. Inicialmente, uma desses medicamentos deve ser o remédio doxiciclina. Este é um antibiótico já disponível no mercado brasileiro e é usado para o tratamento de algumas doenças, como febre tifoide e pneumonia.

“A ideia é montar um novo projeto, incluindo parcerias com grupos internacionais, para trabalhar com o modelo animal e depois a aplicação clínica”, explica Carlos Arterio Sorgi, professor da USP e um dos autores correspondentes do estudo, sobre os testes para descobrir potenciais medicamentos contra a covid-19.

Fonte: Biomolecules e Agência Fapesp