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Dá para pegar covid duas vezes em apenas 20 dias? Estudo descobriu que sim

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Abril de 2022 às 10h10

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Gustavo Fring/Pexels
Gustavo Fring/Pexels

A ciência já sabia que reinfecções da covid-19 acontecem, apesar de não serem tão comuns em intervalos muito curtos. No entanto, uma equipe de pesquisadores espanhóis revelou o caso de uma mulher, de 31 anos, que foi infectada pelo coronavírus SARS-CoV-2 duas vezes em um intervalo de apenas 20 dias. Este é um recorde na pandemia.

Até agora inédito, o estudo sobre o caso da paciente que contraiu duas vezes a mesma doença em um intervalo de três semanas será apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (Ecccmid). O evento acontece em Portugal, entre 23 e 26 de abril.

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A pesquisa foi liderada por pesquisadores do Instituto Catalão de Saúde, na Espanha. Segundo os autores, este é intervalo mais curto conhecido entre infecções do coronavírus. A boa notícia é que situações como esta não tendem a ser comuns na pandemia da covid-19.

Pegar a covid duas vezes em apenas 20 dias?

Segundo o relato de caso, a paciente que contraiu a covid-19 duas vezes em um intervalo tão curto de tempo era profissional da saúde e, muito possivelmente, estava trabalhando quando foi infectada. Aqui, é importante lembrar que o risco de potencial exposição ao vírus era muito mais elevado do que o da população geral.

A paciente recebeu o primeiro resultado positivo para a covid-19 no dia 20 de dezembro de 2021. Na ocasião, ela estava sem sintomas e tinha recebido a terceira dose da vacina há 12 dias. A infecção só foi descoberta em um exame de rotina no seu local de trabalho. O teste usado foi o RT-PCR, considerado o padrão-outro na pandemia.

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Após a descoberta, a profissional de saúde permaneceu em isolamento por 10 dias e, em seguida, retornou ao trabalho normalmente. No dia 10 de janeiro de 2022, passados apenas 20 dias após o primeiro teste positivo, ela começou a apresentar sintomas leves da doença, como tosse e febre. No novo exame de PCR, a amostra deu positivo, confirmando a segunda infecção.

Não foi a mesma infecção do coronavírus?

A partir do relato de caso, seria possível imaginar que a paciente teria se infectado uma única vez e que está infecção teria permanecido, de forma mascarada, em seu organismo. No entanto, os pesquisadores explicaram que este não foi o caso. Isso porque as amostras coletadas da paciente passaram por sequenciamento genético.

Após análises, foi possível concluir que a mulher foi infectada por duas variantes diferentes do coronavírus. A primeira infecção foi desencadeada pela variante Delta (B.1.671.2). Agora, o segundo quadro foi provocado pela Ômicron (BA.1).

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“Este caso destaca o potencial da variante Ômicron em evadir a imunidade anterior adquirida por uma infecção natural com outras variantes ou por vacinas", explica a pesquisadora Gemma Recio, do Instituto Catalão de Saúde, em comunicado.

“Em outras palavras, as pessoas que tiveram a covid-19 não podem assumir que estão protegidas contra reinfecção, mesmo que tenham sido totalmente vacinadas", alerta. “No entanto, tanto a infecção anterior com outras variantes quanto a vacinação parecem proteger parcialmente contra doenças graves e hospitalização naqueles que contraíram a Ômicron", completa Recio.

Fonte: Eccmid