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COVID no BR | Óbitos podem chegar a 5 mil por dia entre abril e maio, diz estudo

Por| Editado por Claudio Yuge | 25 de Março de 2021 às 20h40

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AnnaStills/Envato
AnnaStills/Envato

O Brasil enfrenta o pior momento da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e a média móvel de óbitos já ultrapassou a marca de 2,2 mil mortes, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). No entanto, a tendência é de pioria da situação, segundo pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF). No cenário mais drástico, é possível que o país chegue a um pico de 5 mil óbitos diários em decorrência da COVID-19 nas próximas semanas.

"Aqui [no Brasil], o pico de óbitos será provavelmente em abril ou início de maio, com um valor estimado de até cinco mil óbitos diários. O valor real do pico dependerá da velocidade da vacinação nos próximos meses e das medidas de distanciamento adotadas", explicou Márcio Watanabe, professor do Departamento de Estatística UFF e um dos responsáveis pela pesquisa, para o jornal O Globo.

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Estações do ano e o coronavírus

Este cenário previsto pela pesquisa foi elaborado a partir da sazonalidade do coronavírus. Como acontece anualmente com a gripe, os casos da infecção se intensificam durante as estações do outono e do inverno. No período, a imunidade natural do corpo humano tende a cair e a tendência é optar por ambientes fechados, com baixa circulação de ar. Ambas as atitudes favorecem a infecção do vírus da COVID-19, ainda mais quando a transmissão não foi controlada. 

Com mais de um ano da descoberta do novo agente infeccioso, evidências já apontam que a sazonalidade afeta a transmissão da COVID-19 e, dessa forma, a transmissão tenderá a aumentar entre o final de março e os próximos meses no Brasil. "Outros países do hemisfério Sul já estão experimentando um aumento de casos recentemente, como Colômbia, Argentina, Uruguai e até o Chile, mesmo com a vacinação avançada", aponta Watanabe. 

Hora de focar na vacinação contra a COVID-19

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Para evitar que essa previsão limite se concretize, uma das apostas é se investir na vacinação contra a COVID-19, abrangendo além da população idosa, com mais de 65 anos. "Por exemplo, indivíduos de 50 a 60 anos são responsáveis por uma expressiva parcela das internações e óbitos, mas não estão relacionados como grupo de risco no plano nacional de imunização [PNI]. Enquanto o país não vacinar esse grupo de pessoas, e também integralmente os idosos e aqueles com comorbidades, ainda teremos um grande número de óbitos", defende o pesquisador.

De acordo com o estudo, a partir do ano de 2022, a infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 deve acompanhar, de forma mais direta, o padrão sazonal da gripe e de outras enfermidades respiratórias. Em outras palavras, será possível observar o aumento de casos e óbitos de março a junho, enquanto haverá uma diminuição em outras épocas do ano.

"Poderemos conviver com a COVID-19 da mesma forma que convivemos com outras doenças respiratórias, como a pneumonia, quando vacinarmos a grande maioria da população. Mas, mesmo com a vacina, a doença será endêmica, ou seja, sempre haverá casos", completa o pesquisador. Nesse cenário, será fundamental que as vacinas sejam atualizas anualmente para combater as possíveis mutações do agente infeccioso.

Fonte: O Globo e Conass