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COVID-19: Alemanha discute "passaporte de imunidade" para curados da doença

Por| 03 de Abril de 2020 às 14h56

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IstoÉ
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Pesquisadores alemães vão estudar a criação de um “passaporte de imunidade” para que algumas pessoas possam voltar a trabalhar em meio à pandemia de COVID-19. A proposta já vem sendo discutida no Reino Unido, mas a Alemanha disse que só vai cogitar a possibilidade após testes acadêmicos sobre o assunto. 

A proposta é conseguir identificar quem já teve a doença e pode ter sido imunizado, para que volte a cumprir trabalhos que seriam arriscados no momento. O estudo está sendo feito em conjunto com uma série de instituições na Alemanha. São elas o Robert Koch Institute, o Centro Alemão de Pesquisas em Infecção e o Instituto de Virologia do hospital Charite, organizados pelo setor de saúde pública do governo. 

No total, serão testados mais de 100 mil voluntários em meados de abril, sendo que outras pessoas também passarão pelo mesmo protocolo para identificar o progresso da pandemia no país. Quem for testado como curado para a COVID-19 pode vir a ter um passaporte para poder voltar a trabalhar. Assim, o governo local acredita que possa agilizar o retorno da quarentena.

Contudo, um dos entraves é que estudos sobre imunidade pós-contágio do novo coronavírus ainda não são conclusivos. Para o membro do novo conselho do governo alemão para a COVID-19, Peter Openshaw, em entrevista para o The Guardian, pessoas recuperadas e testadas para anticorpos para a COVID-19 poderiam já ser imunizadas. 

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Pesquisadores pegam como exemplo o tratamento com outros coronavírus, como o da SARS. Já se sabe no meio acadêmico que, para esta doença, uma pessoa ganha imunidade de até um ano (o que é considerado pouco para medicina). No pior dos casos, informa o professor, tal resistência seria de três meses, como acontece após infecções por outros coronavírus. Contudo, este raciocínio, sem testes, é mantido no campo da especulação. 

“Pode acontecer deste coronavírus causar uma resposta imunológica bastante forte, que poderia durar e proteger por mais tempo, talvez, um ano ou até cinco. Contudo, não sabemos, pois é um novo vírus”, apontou o político ao The Guardian.

Por conta disso, ele afirma que tais pessoas precisariam ser acompanhadas com frequência para garantir que não fossem novamente infectadas. 

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Outra questão também pode ser social. Há um medo de que pessoas, principalmente os mais jovens, queiram contrair a doença propositadamente para alcançar imunidade e, assim, poder voltar logo a trabalhar. 

Até o momento, a Organização Mundial da Saúde aponta somente o distanciamento social, acompanhado do monitoramento da doença nos países como modo mais eficaz de combater a COVID-19. 

Fonte: The Guardian