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CoronaVac protegeu 96% dos profissionais de saúde da hospitalização na Indonésia

Por| Editado por Claudio Yuge | 12 de Maio de 2021 às 20h40

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AnnaStills/Envato
AnnaStills/Envato

No Brasil, os estudos clínicos de Fase 3 da vacina CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, apontaram para uma taxa de eficácia de 50,38% contra a COVID-19, independentemente da gravidade. No entanto, o imunizante contra o coronavírus SARS-CoV-2 pode ser mais eficiente no mundo real, segundo apontam dados coletados de profissionais da saúde imunizados na Indonésia.

As autoridades públicas da Indonésia acompanharam 128.290 profissionais de saúde na capital do país, Jacarta, entre os meses de janeiro e março. Neste levantamento, foram considerados tanto aqueles que se imunizaram com a vacina CoronaVac quanto aqueles que não receberam um imunizante. A idade média dos participantes foi de 31 anos.

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O estudo ainda não publicado observou que o imunizante protegeu 98% deles do óbito em decorrência da COVID-19, segundo Pandji Dhewantara, um funcionário do Ministério da Saúde local e que supervisionou a pesquisa. Além disso, a vacina protegeu 96% dos imunizados da hospitalização (casos graves da doença), contando sete dias após a segunda dose.

Dhewantara também destacou que a eficácia da CoronaVac para casos sintomáticos da infecção chegou a 94%. Até agora, nenhuma pesquisa chegou a estes resultados com o imunizante contra a COVID-19. “Vemos uma queda muito, muito drástica” nas hospitalizações e mortes entre os profissionais da saúde, disse o ministro da Saúde, Budi Gunadi Sadikin, durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (12).

CoronaVac pode ser mais eficaz no mundo real, como na Indonésia?

Na terça-feira (11), o CEO da Sinovac, Yin Weidong, comentou sobre as diferentes taxas de eficácia apresentadas por estudos da CoronaVac em entrevista para a Bloomberg. Na ocasião, Weidong comentou que há evidências crescentes de que a vacina contra a COVID-19 tenha desempenho melhor quando aplicado no mundo real.

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Por mais contraintuitivo que isso pareça ser, a vacina CoronaVac pode mesmo ser mais promissora na prática do que nos estudos clínicos de Fase 3. Isso porque a eficácia não é o único parâmetro que interessa para um imunizante contra o coronavírus. É preciso pensar na efetividade e na eficiência das vacinas, sendo que essas duas medidas só podem ser avaliadas quando o imunizante é testado em ambientes não controlados e com múltiplas variáveis.

A efetividade é a capacidade de uma vacina controlar uma doença na vida real e esse processo depende, principalmente, do número de pessoas que tiveram acesso ao imunizante, lembrando que uma vacinação bem-sucedida não representa um processo individual, mas coletivo. Dessa forma, imunizantes que são fáceis de serem produzidos, transportados e aplicados ganham vantagens. 

Agora, a eficiência é o quanto custa para produzir o resultado, ou seja, a imunização das pessoas contra a COVID-19. Nesse aspecto, vacinas mais baratas e que podem ser usadas em estruturas já construídas se beneficiam.

Fonte: Bloomberg