Como os EUA esperam distribuir as vacinas contra a COVID-19 no país?
Por Fidel Forato | 01 de Dezembro de 2020 às 20h40
Até agora, nenhuma vacina contra a COVID-19 foi aprovada oficialmente pela agência federal FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos. No entanto, isso não significa que as autoridades de saúde locais não estejam trabalhando dia e noite para garantir a entrega dos imunizantes contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), quando possível.
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Para o planejamento da entrega das vacinas, foi estabelecida uma parceria entre empresas privadas e o governo federal, conhecida pelo nome de Operação Warp Speed. Nesta terça-feira (1), acaba de ser anunciado o formato de distribuição dos potenciais imunizantes contra a COVID-19 no país — pelo menos do primeiro lote de doses.
A distribuição será feita com base nas populações totais dos estados norte-americanos. “Queríamos manter isso simples”, explicou Alex Azar, secretário de Saúde e Serviços Humanos (HHS), em uma entrevista coletiva hoje. “Pensamos que seria a abordagem mais justa e consistente”, completou.
Doses da vacina de acordo com a população?
Descobrir como distribuir vacinas contra o coronavírus para as pessoas que precisam delas é uma questão de controvérsia. Nesse sentido, os novos planos são diferentes das sugestões anteriores e das recomendações de especialistas. Isso porque os primeiros lotes serão distribuídos com base na população do estado, e não em quem mais precisa deles, como pacientes portadores de comorbidades e profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à COVID-19.
Em paralelo, o Comitê Consultivo em Práticas de Imunização (ACIP), que é uma comissão dentro dos Centers for Disease Control and Prevention (CDCs), orienta que a distribuição das vacinas seja feita primeiro para os grupos que mais precisam, e não de acordo com o tamanho dos estados. Em outras circunstâncias, esse comitê dos CDCs foi anteriormente central para os planos de distribuição de vacinas do governo norte-americano.
Mesmo que haja a questão, serão os estados que individualmente poderão definir de que forma as vacinas serão distribuídas, como entre os pacientes de grupos de risco e profissionais da área de saúde. Dessa forma, a Operação entende que essa não deve ser uma decisão nacional e, sim, localizada.
Modelo para o Brasil?
Já no Brasil, no mês passado, o Ministério da Saúde divulgou a primeira parte do Plano de Operacionalização da Vacina contra a COVID-19. A campanha de divulgação do processo de produção e aprovação do imunizante, bem como da capacidade do país de distribuir os insumos, está prevista para ser lançada entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
Apesar de os EUA estarem decididos a se basear na autonomia de cada estado, no Brasil a proposta é diferente. A primeira parte do plano aponta dez eixos prioritários com o objetivo de guiar a campanha de vacinação dos brasileiros, a fim de reduzir a morbidade e mortalidade pela doença e diminuir a transmissão do vírus entre as pessoas. Em outras palavras, ainda não foi definido o público-alvo, o que será feito após a divulgação dos resultados de fase 3 dos imunizantes testados aqui. Portanto, as primeiras considerações nacionais serão situação epidemiológica da COVID-19; aquisição de mais resultados de vacinas em estudo; monitoramento e orçamento das doses.
Conheça a primeira parte do Plano de Vacinação contra COVID-19 no Brasil.