Com metade do corpo paralisado, jovem é internado após ataque de peixe-elétrico
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 04 de Maio de 2022 às 18h46
No Amapá, um jovem foi atacado pelo peixe poraquê — uma das espécies de peixe-elétrico da floresta Amazônia — e ficou com parte do corpo paralisado. O acidente ocorreu após fortes chuvas atingirem a cidade de Laranjal do Jari, na última sexta-feira (29).
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Após o acidente com o peixe-elétrico, o paciente Lucas Rocha Oliveira, de 18 anos, foi internado no Hospital Estadual de Laranjal do Jari e, na terça-feira (3), foi encaminhado para atendimento neurológico no Hospital de Emergências da capital Macapá.
No momento, o paciente apresenta quadro de saúde estável. No entanto, o jovem foi diagnosticado com uma condição conhecida como hemiplegia. Esta é um uma paralisia cerebral que atinge um lado do corpo e, no caso de Lucas, afeta a parte esquerda, segundo apuração do G1.
Por que jovem foi atacado pelo peixe-elétrico?
Segundo testemunhas locais, o peixe-elétrico chegou até a cidade por causa das fortes chuvas que foram registradas na região. O volume de água fez com que o rio local, o Rio Jari, transbordasse e alagasse inúmeros bairros do município do Amapá.
"O poraquê finaliza o período reprodutivo quando há inundações, já que os ninhos são submersos e ele respira ar", explica Raimundo Nonato Gomes, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Sem depender das atividades reprodutivas, a tendência é que busque comida. Dessa forma, "o poraquê acompanha o alagamento para caçar a alimentação", onde, muito provavelmente, encontrou o jovem de 18 anos.
Conheça o poraquê da Amazônia
Segundo especialistas, o peixe poraquê pode crescer até os 2,5 metros de comprimento. Além do Electrophorus electricus, em 2019, duas novas espécies foram descobertas na região, a Electrophorus voltai e Electrophorus varii. No momento, não é possível afirmar qual das espécies do poraquê foi responsável pelo ataque.
O choque do animal pode atingir uma tensão de 650 a 860 volts. Com esta voltagem, é possível acender uma lâmpada ou matar um cavalo. No entanto, o peixe-elétrico não costuma ser mortal para humanos, já que não gera correntes contínuas. O mais perigoso é o ataque em bandos.
Fonte: Diário de Pernambuco e G1