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Com atrasos e poucos vacinados, Japão vê desafio a poucos dias das Olimpíadas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Abril de 2021 às 18h10

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alexstand/Envato
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Um dos eventos mais esperados de 2020 que foram interrompidos devido à pandemia da COVID-19 são as Olimpíadas, que aconteceriam na metade do ano passado em Tóquio, capital do Japão. O evento esportivo mais importante do mundo ganhou uma nova data e vai acontecer ainda em 2021, no dia 23 de julho, o que vem levantando preocupações em relação à imunização da população.

O programa de imunização no Japão começou há um pouco mais de dois meses, mas somente 1,3% da população já recebeu pelo menos uma das duas doses da vacina, o que em comparação com outros países desenvolvidos é um número baixo. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 40% da população já foi vacinada, 20% na França, 49% no Reino Unido. Na Coreia do Sul, país vizinho, os números também são baixos, com apenas 4% das pessoas imunizadas inteira ou parcialmente.

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Até o dia 23 de abril, somente 1,74 milhão de médicos que atuam na linha de frente foram vacinados com a primeira dose, e apenas 878 mil deles foram totalmente imunizados. Entre as pessoas com 65 anos ou mais, cerca de 74 mil conseguiram tomar a primeira dose do imunizante no último domingo (25). No Japão, apenas a vacina da Pfizer/BioNTech foi aprovada, com o país dependendo da exportação das doses, e a próxima aprovação pelo Ministério da Saúde do país deve acontecer em maio.

Quando a vacinação começou, em meados de fevereiro, o programa teve início com os profissionais de saúde, que somam 4.8 milhões. No país, a população de 65 anos ou mais soma mais de 36 milhões de pessoas e a vacinação deste grupo começou somente na metade de abril. Na sequência, serão vacinadas pessoas de 60 a 62 anos e, então, aquelas que contam com comorbidades, que devem começar a receber o imunizante no final de julho.

Em uma pesquisa realizada no país, mais de 60% da população diz estar insatisfeita com o desenvolvimento do programa de vacinas, enquanto mais de 90% dizem se preocupar com uma nova onda de contaminações. Na cidade de Osaka, novas variantes resultaram em mais infecções, fazendo com que a prefeitura da cidade vizinha declarasse estado de emergência dias antes do evento de revezamento da tocha olímpica.

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Com o atraso do Japão para começar a vacinação, o país acabou se tornando vulnerável à propagação de novas variantes, e especialistas dizem que é tarde demais para impedir a disseminação dessas novas cepas do coronavírus. O governo entende que somente parte da responsabilidade pela falta de contenção da pandemia se deve à vacinação lenta, mas acreditam que não será possível alcançar a imunidade de rebanho até o inverno japonês, que acontece durante o verão brasileiro.

Fonte: The Guardian