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Cientistas conseguem "reviver" órgãos em porcos mortos; entenda

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Agosto de 2022 às 16h07

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Lucia Macedo/Unsplash
Lucia Macedo/Unsplash

Em experimentos inusitados, cientistas conseguiram "reviver" órgãos de porco, uma hora após a morte clínica do animal. As descobertas foram compartilhadas através de um relatório na revista científica Nature, e desafiam o conceito aplicado à morte de um ser vivo até então.

No trabalho, os pesquisadores conectaram porcos mortos há uma hora a um sistema chamado OrganEx, que bombeava um substituto do sangue por todo o corpo dos animais. A solução (contendo o sangue dos animais e 13 compostos como anticoagulantes) retardou a decomposição dos corpos e rapidamente restaurou algumas funções dos órgãos, como a contração do coração e a atividade no fígado e nos rins.

Embora o OrganEx tenha ajudado a preservar a integridade de alguns tecidos cerebrais, os pesquisadores não observaram nenhuma atividade cerebral que indicasse a recuperação da consciência.

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A equipe de Sestan monitorou os porcos por três dias antes de sedá-los e induzir uma parada cardíaca, dando um choque em seus corações. Uma hora depois de confirmar a falta de pulso, os pesquisadores reiniciaram a ventilação mecânica e a anestesia. Alguns dos porcos foram então ligados ao sistema OrganEx, enquanto outros não receberam tratamento.

Após seis horas, os cientistas registraram que a circulação havia recomeçado de forma muito mais eficaz nos porcos que receberam a solução OrganEx do que nos outros: o oxigênio começou a fluir para os tecidos de todo o corpo, e uma varredura do coração detectou alguma atividade elétrica e contração.

Os pesquisadores também notaram que os fígados dos porcos que receberam a solução produziam muito mais de uma proteína chamada albumina do que os fígados dos porcos dos outros grupos. Além disso, as células em cada um dos órgãos vitais responderam à muito mais à glicose no primeiro grupo, sugerindo que o tratamento deu início ao metabolismo.

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Os pesquisadores também descobriram que os porcos que receberam a solução tiveram a ativação de mais genes responsáveis ​​pelo reparo celular. A ideia é entender de forma cada vez mais precisa essa resposta do organismo dos animais, que recentemente têm sido muito estudados por causa de transplantes.

Fonte: Nature