Brasil enfrenta falta de insumo hospitalar; crise afeta pacientes em hemodiálise

De acordo com dados apontados pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), o Brasil enfrenta uma significativa falta de insumo hospitalar: 53% dos equipamentos de saúde estão com estoque de soro abaixo de 25%, enquanto os outros 37% estão com estoque abaixo de 50%.

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Segundo o relatório, os pacientes em tratamento de hemodiálise são os mais afetados pela crise. Para se ter uma noção, há dificuldades até na compra de soro fisiológico: o produto tem sido encontrado apenas por um preço 100% mais caro que o comum.

Para ter acesso a essas informações, a CNSaúde questionou 106 estabelecimentos de saúde do Distrito Federal e de 13 estados (Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo).

Além do soro, a pesquisa alerta para a falta de outros insumos básicos, como dipirona injetável (com baixo estoque em 62,9% das unidades), atropina (50,5%) e contraste usado em exames radiológicos (49,5%). Já o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) identificou a falta de antibióticos, como amoxicilina e azitromicina.

Os estabelecimentos de saúde cobram um posicionamento do Ministério da Saúde, e o argumento da Pasta é que a crise da falta de insumos está longe de seu alcance, já que tem como causas a guerra na Ucrânia e a da alta do dólar. A réplica das clínicas de saúde é que o soro fisiológico é produzido no Brasil. Isso quer dizer que não depende da importação de insumos, então não deveria ser impactado por essas questões internacionais.

"A pasta continua atuando em conjunto com Anvisa, estados e municípios e representantes das indústrias farmacêuticas para articular ações de enfrentamento ao desabastecimento de insumos hospitalares no país", afirma o Ministério de Saúde, em comunicado divulgado à imprensa.

Fonte: Folha de S. Paulo