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Bill Gates diz que coronavírus será um risco até 2022, mesmo com vacinação

Por| 15 de Dezembro de 2020 às 09h49

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 Marques Brownlee
Marques Brownlee
Bill Gates

O filantropo e fundador da Microsoft, Bill Gates, acredita que o novo coronavírus deve permanecer como um risco para a população global até o início de 2022, ainda que as vacinações em massa que estão sendo realizadas em alguns países possam os aproximar da normalidade já ao final do primeiro semestre de 2021. Ainda assim, a pandemia deve seguir tendo seu impacto, principalmente, em países emergentes, que também precisarão de ajuda para imunizar a população.

A declaração vem no mesmo dia em que os Estados Unidos, o país com maior número de casos de COVID-19 em todo o mundo, iniciou a vacinação da população. Em entrevista à CNN, ainda assim, os próximos meses devem ser alguns dos piores de toda a pandemia, com uma expectativa de pelo menos 200 mil mortes apenas nos Estados Unidos, de acordo com dados de um centro de avaliação e métricas relacionadas à saúde da Universidade de Washington.

Gates alerta que as medidas sanitárias devem continuar mesmo com o início da imunização, com distanciamento, uso de máscaras e sem reuniões de pessoas que não moram em uma mesma residência. Isso vale, principalmente, nos países que precisarão de ajuda imunitária para aplicação dos imunizantes em toda a sua população, além de garantir o armazenamento correto e o acesso de todos aos medicamentos e tratamentos necessários em caso de contaminação.

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Ele dá um recado, especialmente, para os Estados Unidos, afirmando que o país não deveria ser egoísta com a quantidade de doses disponíveis e a compra de unidades para aplicar na própria população, já que as duas ideias decorrem de trabalhos e pesquisas realizadas internacionalmente. Ele criticou a postura do presidente Donald Trump, afirmando que a resposta correta para o fim da pandemia não é a ideia de que os americanos têm prioridade no recebimento da imunização.

Apesar disso, o filantropo enxerga um futuro melhor, apesar das dificuldades que permanecem. Ele cita investimentos públicos e privados em grande escala que ajudaram a financiar as pesquisas e desenvolvimento das vacinas de maneira incrivelmente rápida, resultando em uma variedade de imunizantes funcionais — Gates afirma estar contente com todas elas e que pretende apoiar campanhas de aplicação em massa.

Enquanto isso, afirma que não vai usar de sua influência ou alcance para ser imunizado antes do que deveria, mas acredita que ex-presidentes como Barack Obama, Bill Clinton e George W. Bush, além do eleito Joe Biden, devem tomar a vacina publicamente como forma de incentivar a população a fazer o mesmo. Além disso, é importante garantir acesso a dados de pesquisa e eficácia dos medicamentos, e principalmente a ideia de que eles salvam vidas, de forma a chegar a 70% da população a salvo, reduzindo, assim, o alcance da pandemia no país.

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Por fim, então, vem a normalidade, com Gates prevendo que um retorno às atividades como antes deve acontecer de 12 a 18 meses a contar de agora, desde que os governos e nações do mundo ajam da forma correta quanto à imunização, enquanto a população mantém os cuidados diante da pandemia ainda em andamento. Ele mostrou entusiasmo com o novo governo americano e finalizou a entrevista acreditando que, apesar dos números altos do contágio do país, os EUA não se sairão mal na imunização de sua população.

Fonte: CNN (YouTube)