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Giro da Saúde: autismo no feto; remédio contra dengue; novos sintomas da covid

Por| 10 de Abril de 2022 às 08h00

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vladimirzotov/Envato; shammiknr/Pixabay; Gpointstudio/Envato
vladimirzotov/Envato; shammiknr/Pixabay; Gpointstudio/Envato

Se você perdeu o noticiário de ciência e saúde, não se preocupe: o Canaltech traz, toda semana, um resumo das notícias mais importantes. No Giro da Saúde deste domingo, os destaques vão para o primeiro caso da subvariante XE no Brasil, um protótipo de medicamento contra dengue desenvolvido em Minas Gerais, novos sintomas da covid, alterações cerebrais do autismo visíveis no feto e efeitos do Burnout.

Primeiro caso da subvariante XE da Ômicron no BR

Na última quinta-feira (7), o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde confirmaram o primeiro caso de infecção pela subvariante XE da Ômicron, cepa atualmente predominante no cenário da covid-19 no país. O paciente infectado é um homem de 39 anos, habitante da cidade de São Paulo. A identificação da sublinhagem foi realizada a partir do sequenciamento do genoma do vírus.

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Em nota, a Saúde afirmou que foi notificada pelo Butantan ainda na quarta (6), ressaltando a importância da vacinação completa para proteção contra o coronavírus e suas variantes/subvariantes. Aliás, a subvariante XE foi detectada pela primeira vez do Reino Unido, em 19 de janeiro, resultando de uma combinação entre a BA.1 (a Ômicron "original") e a BA.2, uma de suas variantes.

De acordo com um recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a subvariante XE seria 10% mais transmissível do que a BA.2. Embora ainda faltem dados específicos sobre a eficácia de imunizantes como as vacinas contra a nova subvariante, a OMS explicitou que ela é uma sublinhagem da Ômicron e, a princípio, se comporta como ela.

UFMG propõe remédio específico contra dengue

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O Brasil atravessa uma fase delicada em relação à dengue: novos surtos da doença começam a despontar em diversas cidades brasileiras. Frente a isso, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram uma proposta interessante, que contempla um remédio para tratar casos da infecção. Vale dizer que, até agora, nunca houve um antiviral eficiente contra a dengue.

Cientistas do laboratório do Professor Mauro Teixeira, da UFMG, propõem uma nova abordagem contra a doença: a terapia com foco no hospedeiro. A ideia é compreender quais fatores desencadeiam a inflamação sistêmica e tentar impedir que este tipo de quadro se estabeleça. Um estudo publicado na revista eLife pelos pesquisadores mineiros aponta uma falha nos mecanismos anti-inflamatórios dos pacientes que estão com quadros graves de dengue, o que potencializa os efeitos da infecção.

Os pesquisadores verificaram que a quantidade de uma proteína essencial para o controle da inflamação — a Anexina A — estava reduzida. Se a concentração dessa proteína se mostrar baixa, há um indicador de que o "freio" da resposta imunológica foi perdido. Sem controle, as células do sangue e dos tecidos ficam superativadas, tornando a inflamação generalizada. Sendo assim, é necessário regular os níveis de Anexina A no sangue do indivíduo contaminado para reverter o quadro, por meio de um remédio à base dessa proteína.

Vários estudos já atestaram a segurança do tal fármaco em outras doenças inflamatórias e infecciosas. Agora, é necessário ampliar os testes com o remédio para chegar aos ensaios clínicos e conseguir controlar a doença.

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Estes são os novos sintomas da covid, segundo o Reino Unido

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) atualizou, na última segunda (4), a lista de sintomas da covid-19 em adultos. Antes, eram apenas 3 os sintomas principais da doença: febre, tosse contínua e perda de olfato. Depois de dois anos de pandemia, ficou claro para a ciência que esses três sintomas são apenas a ponta do iceberg. Como o governo britânico decidiu encerrar a realização em massa de testes da covid, foi necessário informar a população sobre quando chegar a hora de realizar um teste caseiro.

Tanto a covid quanto outras infecções respiratórias possuem sintomas bem parecidos. Pessoas vacinadas, entretanto, terão quadros relativamente leves de covid-19, mas devem prestar atenção aos sintomas. A lista atualizada inclui:

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  • Falta de ar
  • Fadiga ou exaustão
  • Dores no corpo
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Nariz entupido ou escorrendo
  • Perda de apetite
  • Diarreia
  • Náuseas ou vômitos

Autismo: alterações cerebrais visíveis antes do nascimento

Pesquisadores da American Association for Anatomy que participaram do Experimental Biology 2022, na última terça (5), na Filadélfia (EUA), apresentaram um trabalho interessante envolvendo o autismo: a condição já pode ser percebida no feto, pelo menos três meses antes do nascimento.

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A equipe de cientistas do Massachusetts General Hospital (Harvard) analisou 39 exames de ressonância magnética feitos em fetos ao longo de 25 semanas de gestação para detectar diferenças na estrutura cerebral entre os destinados a nascer no espectro autista e os demais. Estudos anteriores sugerem que uma estrutura chamada amígdala cresce de maneira excessiva em bebês com o transtorno, por exemplo. Em paralelo, um artigo chegou a indicar mudanças significativas na estrutura da substância branca.

No trabalho atual, os cientistas identificaram diferenças significativas em uma área do cérebro conhecida como lobo insular, responsável pelas habilidades sociais e pelo comportamento. O estudo conclui que o aumento do volume do lobo insular pode ser um indicador de possibilidade do surgimento de transtorno do espectro autista (TEA) no futuro. Essa mudança pode ser identificada durante um exame de ressonância pré-natal, por exemplo, e a expectativa dos especialistas é que a descoberta tenha impacto na forma de diagnosticar o autismo mesmo antes de o bebê vir ao mundo — auxiliando os pais a planejarem atividades de estimulação e terapias precoces com seus filhos no espectro.

O que o Burnout faz com o cérebro

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A síndrome de Burnout entrou para o rol de doenças do trabalho (CID 11), e, segundo a OMS, é definida como o “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. Mas você tem ideia do que acontece no cérebro de pessoas que sofrem com Burnout?

Na última terça-feira (29), pesquisadores da Yale University (EUA) se reuniram para debater o impacto dessa condição no cérebro e o que pode ser feito para revertê-lo. Segundo a pesquisadora Amy Arnsten, especialista em neurociência, as vias de sinalização de estresse enfraquecem o córtex pré-frontal e fortalecem as partes mais primitivas do cérebro. Exames de neuroimagem costumam ajudar a estudar a resposta específica do córtex pré-frontal ao estresse, e já permitiram enxergar que esse tipo de emoção pode enfraquecer a conectividade da rede pré-frontal, prejudicando a capacidade de concentração, condição que pode ser revertida ao longo de um mês de estresse reduzido. Só que aí mora um problema: o ciclo constante de exposição ao stress pode prejudicar a saúde mental.

Para Mark Rego, professor de psiquiatria em Yale, o esgotamento é o próximo passo antes que o estresse oprima um indivíduo em um estado de depressão. Em seu ponto de vista, sem o córtex pré-frontal, os humanos seriam incapazes de controlar qualquer ação impulsionada pela emoção. No Burnout, em que acontece exaustão emocional, despersonalização e redução de satisfação pessoal, os circuitos primitivos da amígdala — uma estrutura cerebral voltada para a manifestação de reações emocionais e na aprendizagem de conteúdo emocionalmente relevante — são fortalecidos, de maneira que o cérebro passa a interpretar tudo o que acontece no mundo exterior de maneira negativista.

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