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Após 6 anos, transplante de rosto gera rejeição e precisará ser refeito

Por| 03 de Outubro de 2019 às 19h15

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Após 6 anos, transplante de rosto gera rejeição e precisará ser refeito
Após 6 anos, transplante de rosto gera rejeição e precisará ser refeito

Carmen Blandin Tarleton, de 51 anos, foi umas das primeiras mulheres a realizar um transplante facial em 2013, e agora terá que voltar para a mesa de cirurgia, já que o corpo dela começou a rejeitar o rosto transplantado.

Tarleton é uma vítima de violência doméstica, e em 2007 foi atacada pelo ex-marido, que a espancou com um taco de beisebol e queimou 80% do corpo dela com soda cáustica. Seis anos atrás, ela finalmente recebeu um transplante facial no Brigham and Woman’s Hospital, em Boston, que é onde também está fazendo todos os exames para a segunda cirurgia.

Ainda que os médicos envolvidos tenham alertado que os órgãos transplantados tenham uma certa validade, a situação serve como lembrete de que, apesar dos recentes sucessos neste campo, o transplante de rosto ainda é algo experimental e os cientistas ainda possuem muitas dúvidas sobre os benefícios e os riscos da operação.

Desde a cirurgia, realizada em fevereiro de 2013, Tarleton já teve diversos episódios de rejeição do corpo ao seu novo rosto, e todos eles conseguiram ser tratados com medicamentos. Mas, no mês passado, os cirurgiões descobriram que alguns dos vasos sanguíneos que alimentavam o tecido transplantado foram acabaram diminuindo de tamanho e se fecharam sozinhos, causando necrose (morte das células) dos tecidos faciais remanescentes da paciente.

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A partir daí, dois cenários são possíveis: ou esse problema terá um progresso lento, o que permitiria que ela entrasse na fila e conseguisse um novo transplante de rosto, ou esse problema irá se alastrar bem rápido, o que obrigará os médicos a retirar todo o tecido transplantado e refazer o rosto da paciente do zero.

O caso de Tarleton não é o primeiro a necessitar de um segundo transplante, e além dela um paciente francês precisou, no ano passado, fazer um segundo transplante facial, depois de o sistema imunológico dele rejeitar o órgão oito anos após o primeiro procedimento.

No total, mais de 40 pacientes no mundo todo já se submeteram a um desses transplantes e, de acordo com o Dr. Brian Gastman (cirurgião que atua em uma clínica na cidade de Cleveland e que foi o primeiro a efetuar um transplante de rosto nos Estados Unidos), mais pacientes devem começar a sentir o efeito da rejeição nos próximos anos. Há uma crença entre a comunidade de pesquisadores que, em certo ponto da vida, todos os pacientes precisarão passar por um segundo transplante.

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Mesmo com todas essas complicações, Tarleton se diz não se arrepender nem um pouco do transplante, e que o faria de novo sem pestanejar, já que ele foi responsável por melhorar muito sua vida. Desde o transplante, a paciente aprendeu a tocar piano e banjo, perdeu quase dez quilos, faz caminhadas semanais, escreveu uma autobiografia e tem dado várias palestras sobre superação. Tudo isso ela só conseguiu fazer por conta da confiança que o novo rosto lhe proporcionou.

Fonte: 10TV