/i480771.jpeg)
Anvisa recomenda vacinação de adolescentes para covid; óbito é investigado
Na quinta-feira (17), o Ministério da Saúde suspendeu a orientação de vacinar contra a covid-19 adolescentes sem comorbidades. Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defendeu que não há razão para mudar as condições já aprovadas para o uso da vacina da Pfizer/BioNTech contra o coronavírus SARS-CoV-2. Possíveis reações adversas graves estão em investigação.
- Saúde recomenda suspender vacinação de jovens de 12 a 17 anos contra covid
- Este é o 1º estado brasileiro a ter 50% da população totalmente vacinada
- Butantan conclui entrega de 100 milhões de doses da CoronaVac; e agora?
“Com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações da bula aprovada, destacadamente, quanto à indicação de uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos”, afirmou a Anvisa sobre a segurança da imunização contra a covid-19 nesta faixa etária.

Desde junho deste ano, o imunizante da Pfizer possuí autorização de uso em pessoas com mais de 12 anos, incluindo adolescentes sem comorbidades e sem deficiência permanente. Inclusive, ontem, estava marcado o início oficial da campanha de vacinação dos mais jovens pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Alguns estados mantêm a imunização, mesmo com o pedido de adiamento do Ministério da Saúde.
Óbito tem relação com a vacina da Pfizer?
Em fala sobre a suspensão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou sobre uma série de motivos considerados para a medida. Segundo Queiroga, foram identificados cerca de 1,5 mil eventos adversos leves em adolescentes imunizados contra a covid-19. No entanto, foi identificado o óbito de um jovem, em São Paulo, após a imunização. Este fato teria justificado a medida, mas, até o momento, a relação entre o imunizante e morte não foi confirmada.
No comunicado, a Anvisa confirmou que investiga "o caso da morte de uma adolescente de 16 anos após aplicação da vacina da Pfizer. A Agência foi informada nesta quarta-feira (15/9) que, no dia 2 de setembro, ocorreu uma reação adversa grave em uma adolescente após uso da vacina contra a covid-19".
Além disso, a Anvisa explica: "No momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina. Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina".
A investigação é importante, porque não necessariamente o óbito teve relação com a vacina. Durante os testes clínicos da vacina CoronaVac, um dos voluntários morreu. Erroneamente, o óbito foi considerado uma reação adversa grave da fórmula. Após investigação do caso, descobriu-se que nada tinha a ver com a vacina.
Reações adversas das vacinas são investigadas
A Anvisa explica que todas as vacinas autorizadas no Brasil são monitoradas constantemente a partir da notificação de efeitos adversos.“Até o momento, os achados apontam para a manutenção da relação benefício versus o risco para todas as vacinas, ou seja, os benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos”, defende a agência.
Além disso, a Anvisa explica que a aprovação do uso da vacina da Pfizer em adolescentes levou em consideração estudo com 1.972 pessoas nessa faixa etária, com eficácia de 100% nos grupos avaliados. No estudo, não foram identificados reações adversas graves. Fora do Brasil, milhares de jovens já receberam a fórmula, como nos Estados Unidos.
[ATUALIZAÇÃO] Na segunda-feira (20), O Ministério da Saúde concluiu a investigação sobre o caso, mas o relatório final ainda não foi divulgado. De acordo com a Folha de S. Paulo, o ministro Queiroga afirmou que o adolescente morreu em decorrência de um caso de púrpura trombocitopênica trombótica (PPT). É uma doença autoimune considerada grave e que desencadeia a formação de coágulos pelo corpo, o que leva ao bloqueio do fluxo sanguíneo para os órgãos e o potencial óbito.
Na última sexta-feira (17), a Secretaria da Saúde de São Paulo também completou a própria investigação sobre o caso, onde concluiu que a vacina da Pfizer não foi a causa provável do óbito. Segundo a secretaria, não há nenhum relato que aponte o quadro grave de doença autoimune como evento adverso ligado ao imunizante.
Fonte: Anvisa, Agência Brasil e Folha de S. Paulo
Gostou dessa matéria?
Inscreva seu email no Canaltech para receber atualizações diárias com as últimas notícias do mundo da tecnologia.