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Giro da Saúde: anticoncepcional masculino; microplásticos no sangue; e mais

Por| 27 de Março de 2022 às 08h30

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Reproductive Health Supplies/Unsplash & ANIRUDH/Unsplash
Reproductive Health Supplies/Unsplash & ANIRUDH/Unsplash

Você perdeu os principais destaques de ciência e saúde da semana passada? Aqui no Giro, o Canaltech resume as notícias mais importantes em um resumo rápido, de leitura fluida, para você se atualizar! De descobertas envolvendo acúmulo de microplásticos no sangue humano a avanços da ciência quanto à pilula anticoncepcional masculina, tivemos achados interessantes nos últimos dias. Acompanhe agora!

Comprovado: há microplásticos no sangue das pessoas

O descarte inadequado de plásticos derivados de garrafas PET, embalagens, sacolas e isopor resulta em fragmentos minúsculos de partículas desses polímeros, os chamados microplásticos, no meio-ambiente. E, após terem sido detectados no pulmão, cérebro e até em recém-nascidos e placentas, uma nova pesquisa descobriu que há microplásticos circulando no sangue humano, o que pode levar as partículas a se alojarem nos órgãos. O impacto disso ainda não é conhecido pela ciência.

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Até o momento, o que sabemos sobre ensaios laboratoriais com microplásticos é que eles causam danos às células. Na pesquisa mais recente, cientistas holandeses da Vrije Universiteit Amsterdam analisaram amostras sanguíneas de 22 adultos saudáveis. Foram encontrados microplásticos no sangue de 17 indivíduos diferentes. Metade deles apresentou plástico PET no corpo, utilizados em garrafas; um terço apresentou amostras de poliestireno, usado em embalagens e na fabricação de isopor; e um quarto das amostras continha polietileno, utilizado para fazer sacolas plásticas.

Agora, mais pesquisas serão necessárias para investigar o impacto dessas partículas viajando pelo corpo humano, para avaliar o risco de câncer e até mesmo de interferir no transporte de oxigênio das hemácias.

BA.2 pode causar nova onda global da covid

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A subvariante da Ômicron, conhecida até o momento como BA.2, está fazendo novos casos pelo mundo. Até agora, as concentrações de infecção pela subvariante estão concentradas em países europeus, como Reino Unido e Alemanha. No entanto, é fácil inferir que, tal como ocorreu com a Ômicron, a cepa ainda deve chegar a outros continentes, correndo risco de se tornar predominante.

Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 35% dos novos casos de covid-19 se devam à BA.2. Já no Brasil, segundo análise da Fiocruz, a cepa ainda é incipiente, uma vez que, na última amostragem, apenas 21 dos 2.971 genomas sequenciados eram da subvariante.

Para Leana Wen, médica e professora da Universidade George Washington, em entrevista à CNN, "a BA.2 parece ser ainda mais contagiosa que a [variante] BA.1". Por exemplo, a Agência de Segurança da Saúde (HSE), do Reino Unido, estima que a velocidade da taxa de crescimento da subvariante é 80% maior que a da Ômicron original. Por outro lado, "a BA.2 não parece causar doença mais grave do que BA.1". Ela ressalta, ainda, a importância das vacinas: "A maioria das pessoas vacinadas e, em particular, que recebem reforço, provavelmente, não ficarão gravemente doentes devido à BA.2".

Seus órgãos envelhecem em tempos diferentes

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Pesquisadores chineses descobriram que nossos órgãos possuem velocidades de envelhecimento diferentes entre si, dentro do mesmo organismo. Em outras palavras: a idade cronológica de uma pessoa não representa, necessariamente, a idade de seus órgãos, já que cada um pode envelhecer mais rápido ou devagar que o corpo como um todo. As divergências entre as idades estão relacionados com a saúde do indivíduo e são afetadas por fatores genéticos e comportamentais, o que determina o ritmo do envelhecimento.

Segundo os autores do estudo, o sistema cardiovascular pode envelhecer mais rápido que o imunológico, por exemplo. Eles avaliaram sangue e fezes de 480 pessoas na China, com idades entre 20 e 45 anos, a partir de biomarcadores para células de rins, fígado, microbioma intestinal, sistema cardiovascular, sistema imunológico, sistema metabólico e sistema hormonal. "No geral, os resultados de nossa abordagem sugerem que pode haver drivers/relógios de envelhecimento sistêmicos sobrepostos a contrapartes específicas de órgãos/tecidos", explicam os cientistas sobre os resultados do estudo.

Agora, a equipe quer detalhar a diferença entre idades dos órgãos e partir para o planejamento de novos tratamentos médicos, seja para reparo de partes disfuncionais do organismo, seja para outros tipos de intervenções direcionadas a genes ou vias.

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Sonecas diurnas estão relacionadas ao risco de Alzheimer

Já é de conhecimento geral que o sono interfere (e pode até mesmo reger) a saúde mental. Aliás, já foi mencionado que dormir mal pode contribuir para o aparecimento e a progressão do Alzheimer. Agora, um novo estudo alerta que tirar vários cochilos ao longo do dia também pode elevar o risco da doença. Quanto mais avançada a idade, maior a preocupação com o hábito.

O estudo ressalta a necessidade de se prestar mais atenção aos padrões de sono dos idosos — não apenas o noturno, mas também o sono diurno. Segundo os pesquisadores, a duração e a frequência dos cochilos nas mais de mil pessoas avaliadas tinham uma relação direta com a idade dos participantes, e encontraram uma relação entre o sono diurno e o Alzheimer, de modo que quando mais longos e mais frequentes esses cochilos, maior o risco de desenvolver a doença. Por sua vez, quanto mais avançado o quadro, mais sonecas o idoso acaba tirando.

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Anticoncepcional masculino já funciona com ratinhos

Uma nova abordagem científica com roedores pode significar uma revolução na contracepção humana: será que as pílulas anticoncepcionais para homens vêm aí? A expectativa é grande. Cientistas norte-americanos apresentaram, no encontro de primavera da American Chemical Society (ACS), resultados de um estudo que teve como alvo uma proteína chamada receptora de ácido retinoico alfa (RAR-α), que atua no crescimento de células, diferenciação e desenvolvimento embrionário, e que impacta a formação de esperma.

Assim, criaram um contraceptivo não-hormonal masculino e realizaram testes em ratos de laboratório. Ao inibirem a proteína, os ratinhos machos ficaram estéreis sem efeitos colaterais óbvios. Enquanto outros estudos já haviam desenvolvido compostos orais que inibiam todas as proteínas RAR (não apenas a α, mas também a -β e a -γ), a equipe da University of Minnesota procurou por diferenças estruturais entre elas, sintetizando 100 compostos e selecionando o que melhor inibia a RAR-α.

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Foi um sucesso: assim nasceu o composto YCT529, que, ao ser administrado nos ratos por 4 semanas, reduzia a contagem de esperma de forma significativa, com 99% de eficiência na prevenção da gravidez. Após a interrupção do uso do composto, os ratos machos voltaram a ser férteis num período de 4 a 6 semanas. Agora, o próximo passo é conduzir a pesquisa com humanos — o que está previsto para acontecer no final do ano.

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