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2 terços da população mundial têm anticorpos contra covid-19, diz OMS

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Novembro de 2022 às 17h40

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MirkoVitali/Envato Elements
MirkoVitali/Envato Elements

Um novo estudo, conduzido por cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e publicado na revista científica PLOS Medicine, revelou que a maioria da população mundial já tem anticorpos contra a covid-19. Mais especificamente, 2/3 do globo — mais do que havia sido reportado anteriormente. Isso vale tanto para quem desenvolveu a defesa viral através da vacinação quanto para os infectados pelo vírus.

Soroprevalência e países mais pobres

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Para desenvolver a pesquisa, foram reunidas centenas de estudos de soroprevalência desde janeiro de 2020 a abril de 2022, englobando mais de 5 milhões de pessoas. De especial destaque é o fato de que mais de 40% dos estudos eram focados em pessoas de países de renda média a baixa, que normalmente acabam não figurando em investigações do tipo.

A partir de tais amostras, foi possível chegar à estimativa de que o número de pessoas com anticorpos contra o SARS-CoV-2 aumentou de 7,7%, em junho de 2020, para 59,2%, em setembro de 2021. Já que, desde então, houve mais infecções e pessoas vacinadas, é provável que o valor esteja ainda maior. Mesmo assim, 1/3 da população global testou negativo para o vírus até o final da pesquisa.

Os cientistas comentam que alguns países podem ter sido sub-representados, e outros, sobrerrepresentados, mas, de qualquer maneira, o cálculo mais aparente é de que as estimativas globais acerca dos casos de covid-19 haviam sido subestimadas até agora. Até a última sexta-feira (11), já tínhamos 630 milhões de casos confirmados da infecção pelo novo coronavírus, com 6,58 milhões de mortes reportadas, segundo dados da OMS.

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Caso as estimativas do novo estudo estejam corretas, podemos aferir que o número de pessoas que tiveram contato com o vírus chega à casa dos bilhões. Isso não significa, no entanto, que a soroprevalência, ou presença de anticorpos, torne essas pessoas imunes ao vírus, já que ainda há risco de infecção ou reinfecção pelo SARS-CoV-2.

Em pessoas infectadas, os anticorpos podem persistir no corpo por até um ano, sendo que, em alguns casos, as primeiras evidências apontavam até 18 meses em alguns casos. Atualmente, o risco de reinfecção é maior do que em ondas anteriores, já que a variante ômicron escapa melhor do sistema imune, tanto para quem já foi infectado pelo vírus quanto para quem foi vacinado.

Em sua conclusão, o artigo ainda comenta que, neste terceiro ano de pandemia de covid-19, é crucial implementarmos um sistema global ou rede de monitoramento de soropositividade padronizada, colaborativa e de alta qualidade, uma medida importante para descobrirmos os próximos passos e contribuir para estarmos melhor preparados contra outros patógenos respiratórios que possam surgir.

Fonte: PLOS Medicine, OMS