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Robôs-minhocas conseguem esticar até 9x o seu tamanho e "sentem" onde estão

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 13 de Setembro de 2021 às 12h54

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Reprodução/University of Glasgow
Reprodução/University of Glasgow

Cientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia, desenvolveram robôs elásticos inspirados em minhocas capazes de “sentir” o ambiente ao seu redor. Os bots macios, que podem ser esticados até nove vezes o seu comprimento, possuem um sistema de propriocepção — capacidade que organismos biológicos têm para perceber sua posição no espaço.

Essa característica faz com que os robôs em formato de minhoca possam se espremer por locais apertados, uma habilidade difícil de ser replicada em dispositivos rígidos convencionais. Esse avanço tecnológico permite que eles sejam usados para explorar de forma autônoma ambientes perigosos, como minas, escombros e desabamentos.

“A propriocepção é uma característica vital de muitas formas de vida biológicas, e os cientistas há muito tentam desenvolver sistemas de engenharia que imitem essa habilidade. Agora, podemos alcançar lugares que antes eram praticamente impossíveis de chegar com a robótica tradicional”, diz o professor de engenharia Ravinder Dahiya, autor principal do estudo.

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Robô-minhoca

Para construir os dispositivos com propriedades elásticas, os pesquisadores incorporaram sensores eletrônicos deformáveis na superfície dos robôs. Cada bot possui 4,5 centímetros de comprimento, recobertos por uma pele artificial feita com um plástico chamado Ecoflex e uma pasta de grafite.

Ímãs minúsculos presos nas extremidades dos corpos tubulares dos robôs fazem com que eles se movam sobre uma superfície de metal. Com os sensores flexíveis, eles conseguem sentir os movimentos, medindo a resistência elétrica da pasta de grafite, que muda conforme o corpo se expande. Ao atingir um valor máximo predefinido, o bot se contrai e se move para frente.

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“Nossos robôs bioinspirados são um passo importante em direção à criação de sistemas de robôs suaves e flexíveis, capazes de se esgueirar por infinitas direções e realizar movimentos que as minhocas fazem com perfeição. Ao incorporar sensores em superfícies deformáveis, conseguimos criar dispositivos que se adaptam a qualquer ambiente”, acrescenta Dahiya.

Polivalente

Além de se espremerem por locais de difícil acesso ou ajudarem em missões de resgate em desastres ambientais, os robôs elásticos inspirados em minhocas possuem uma tecnologia que também pode ser aproveitada no desenvolvimento de próteses mais realistas, ou em robôs com capacidade de levantar objetos pesados e irregulares.

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Os resultados apresentados pelos pesquisadores aumentam as perspectivas para criação de sistemas de autodetecção em robôs macios e avançam em direção à robótica leve cognitiva, em que dispositivos conseguem reconhecer e avaliar o ambiente para tomada de decisões de forma autônoma.

“A capacidade de robôs suaves como esses de se adaptarem e se locomoverem por meio de sensores extensíveis perfeitamente integrados pode ajudar futuros dispositivos autônomos a navegar de maneira mais eficiente até mesmo por locais mais desafiadores”, encerra o professor Dahiya.

Fonte: University of Glasgow