Cientistas criam pele eletrônica para auxiliar interações com braços protéticos
Por Jessica Pinheiro | 29 de Novembro de 2018 às 17h25
Os pesquisadores da ACS Applied Materials & Interfaces desenvolveram uma espécie de pele eletrônica ultrafina e elástica, que pode ser facilmente aplicada em objetos 3D, auxiliando em uma variedade de interações homem-máquina. O objetivo é ajudar robôs e dispositivos protéticos a conseguirem detectar melhor a pressão, temperatura e outras sensações táteis com o meio ambiente, algo que a pele humana consegue sentir naturalmente.
A pele eletrônica pode ser aplicada em dispositivos protéticos, monitores de saúde, na robótica e até na realidade virtual. No vídeo abaixo, é mostrado como os cientistas transferiram circuitos elétricos ultrafinos para superfícies 3D complexas, conseguindo manter a flexibilidade e elasticidade, de modo que a movimentação fosse possível.
As tatuagens eletrônicas, mostradas no vídeo, são o que possibilitam essa habilidade, porém, a produção delas é demorada e cara, por conta do seu método de produção. Os cientistas responsáveis pelo projeto queriam desenvolver um método mais rápido, simples e barato para a produção de circuitos de filmes finos com microeletrônica integrada.
Para tanto, eles imprimiram um modelo de circuitos em uma folha hectográfica (aquelas usadas para transferir tatuagens) em uma impressora a laser de mesa, comum. O papel é então revestido com pasta de prata, a qual adere apenas à tinta impressa de toner. Por cima da pasta, é então colocada uma liga metálica líquida de gálio-índio, o qual aumenta a condutividade elétrica e a flexibilidade do circuito.
Por fim, são acrescentados os componentes eletrônicos externos, tais como microchips, com uma “cola” condutora, produzida a partir de partículas magnéticas, alinhadas verticalmente e endossadas com um gel de álcool polivinílico. Após todo esse processo, a tatuagem eletrônica é então aplicada em vários objetos através da água.
A água, nesse caso, ajuda a separar a tatuagem de sua folha base e os circuitos funcionam mesmo quando estão imersas no líquido. É possível ver a pele eletrônica aplicada a um braço protético robótico no vídeo e os cientistas também observaram a monitoração de atividades musculares esqueléticas humanas e incorporaram sensores de proximidade em um modelo 3D de uma mão.
Fonte: Science Daily