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A nova Revolução Industrial pode começar na cozinha do McDonald's

Por| 01 de Setembro de 2015 às 10h12

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A nova Revolução Industrial pode começar na cozinha do McDonald's
A nova Revolução Industrial pode começar na cozinha do McDonald's

Pelo visto, outra categoria deve se juntar aos motoristas de táxi na briga contra novas tecnologias. Depois do Uber, outra máquina pode ser acusada de roubar empregos, desta vez de funcionários de redes de fast-food. Afinal, alguém teve a brilhante ideia de construir um robô capaz de montar hambúrgueres de maneira automática e sem qualquer tipo de intervenção humana — ou seja, dispensando todo atendente do McDonald's da equação.

Desenvolvida pela empresa Momentum Machines, a geringonça se aproxima bastante de um conceito que a ficção já nos trouxe várias vezes: uma enorme esteira em que o sanduíche é montado em série a partir de pequenas etapas em que cada ingrediente é adicionado. E, por mais estranho que seja imaginar isso acontecendo, a verdade é que o resultado final leva muito a sério a ideia de lanche rápido e mostra que a ideia pode acabar com aquela incômoda espera na frente do balcão por um lanche relativamente simples.

O problema é que ela esbarra exatamente na questão humana da coisa. De acordo com o cofundador da fabricante, Alexandros Vardakostas, a intenção é realmente acabar com a necessidade de um funcionário dedicado à montagem do hambúrguer. Não se trata de otimizar o trabalho dessas pessoas, mas ocupar as vagas delas totalmente. Em outras palavras, uma verdadeira revolução industrial dentro da cozinha.

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E essa é uma realidade que realmente pode acontecer com a invenção da Momentum Machines, uma vez que ela não precisa nem mesmo de alguém para operá-la — no máximo alguém para fazer manutenções periódicas e repor os ingredientes. Todos os alimentos usados na montagem do lanche são colocados em recipientes dedicados e enviados para a esteira quando solicitado.

O detalhe é que, exatamente por ser algo inteiramente automatizado, o processo dispensa o preparo prévio desses ingredientes. Ao invés de já deixar o tomate e os picles devidamente picados, eles são colocados inteiros dentro de tubos de vidro e fatiados de acordo com a demanda.

O mais impressionante é a velocidade com que tudo isso é feito. De acordo com a Momentum Machines, cada máquina é capaz de montar um hambúrguer completo em apenas 10 segundos, o que significa que ele conseguiria manter uma produção de 360 sanduíches em uma única hora — algo que um único humano jamais conseguiria fazer. Mais do que isso, ela ainda faz isso dentro de um padrão, o que ajudaria às redes de fast-food a manter um controle de qualidade mais bem definido.

Além disso, como aponta o site Singularity Hub, o robô ainda pode trazer outras melhorias bem mais significativas aos fast-foods além da simples velocidade de produção. Na verdade, o maior ganho seria exatamente na higiene da coisa, uma vez que não são raras as polêmicas referentes ao modo como os sanduíches são preparados e como os funcionários nem sempre tratam a comida da maneira mais limpa possível.

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Outra vantagem apontada é o próprio custo. Sem a necessidade de pagar vários funcionários — além de todos os encargos trabalhistas envolvidos —, os lojistas poderiam utilizar o lucro maior para investir em melhores ingredientes, trazendo produtos de melhor qualidade para seus lanches sem que isso tenha que representar um aumento no valor do produto final ou, em outra hipótese, reduzir os preços atuais. É claro que dificilmente isso iria acontecer, mas a ideia é realmente bem-intencionada.

E o investimento para adaptar as lanchonetes atuais para receber os novos funcionários robóticos também não é nada exagerado. Além do próprio preço do robô, as empresas precisariam apenas adaptar seus estabelecimentos para receber a novidade, que exige uma área média de 2,2 metros quadrados para funcionar bem.

No entanto, há todo o outro lado da questão. Embora seja sempre muito bom imaginar a tecnologia melhorando a prestação de serviços, há toda a questão social que esse debate levanta. E, ao contrário da discussão relacionada ao Uber, no qual se trata de um novo concorrente onde ainda há a presença humana, a criação da Momentum Machines vem exatamente para tirar as pessoas da jogada. Assim, a iniciativa se aproxima muito mais do que aconteceu durante a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, do que o que está acontecendo com taxistas de todo o mundo.

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Apenas para ter uma ideia, nos Estados Unidos, são mais de 3,6 milhões de funcionários de redes de fast-food como McDonald's, Burger King, KFC e tantos outros. E esse número fica ainda maior quando olhamos para um cenário global. Agora pense em todas essas pessoas perdendo seus empregos por conta de uma única máquina e você tem um cenário bem caótico que pode afetar consideravelmente a economia como um todo.

Para compensar esse cenário preocupante, a Momentum Machines disse estar ciente dessas consequências e disse que quer ajudar as pessoas que perderem seus empregos por conta de suas máquinas. Segundo ela, a intenção é apoiar as pessoas a fazerem a transição para novos trabalhos a partir da educação, ou seja, permitindo que elas consigam empregos melhores do que virar um hambúrguer na chapa.

A lógica faz sentido, já que, ao mesmo tempo em que a demanda por funcionários nas lanchonetes cai, isso vai aumentar a necessidade de engenheiros e técnicos que operem e construam esses robôs. O único problema é que a gente sabe que essa transição não é tão simples quanto a empresa está pintando. Ainda assim, a fabricante disse que vai fazer parcerias com escolas técnicas para capacitar profissionalmente essas pessoas.

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E é claro que não veremos essa novidade chegando tão cedo às redes de fast-food, mas a simples aparição dessas tecnologias mostram que elas não estão longe de se tornarem realidade em nossas vidas. No entanto, resta saber apenas até que ponto essa transição vai se dar de maneira pacífica ou se isso vai trazer impactos maiores não apenas na economia, mas na própria reação das pessoas quanto a tudo isso.

Fonte: Singularity Hub