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Venda de chips puxa aumento de lucro operacional da Samsung no último trimestre

Por| 30 de Julho de 2020 às 16h20

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A Samsung anunciou na manhã desta quinta-feira (30) os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2020. O grande destaque fica pelo aumento de 23% em seu lucro operacional em relação ao mesmo período do ano passado (e 26% em comparação ao 1º tri de 2020), indo de US$ 5.5 bilhões (2º tri / 2019) para US$ 6,81 bilhões (2º tri / 2020). Esse crescimento foi puxado pela divisão de memórias DRAM, cuja demanda permitiu um aumento de 13% no preço dos componentes.

A alta demanda por esse componente veio, em grande parte, das empresas que gerenciam data centers, que registraram um aumento considerável do regime de trabalho em home office e do consumo de cursos online. Tudo isso forçado pela crise do coronavírus, o que obrigou boa parte da população a ficar em casa. No entanto, com os estoques cheios, analistas preveem os clientes de data center da Samsung comprem menos chips DRAM no segundo semestre do ano, interrompendo o aumento de preços.

De forma geral, a gigante sul-coreana registrou uma receita consolidada de US$ 43,55 bilhões no segundo trimestre de 2020, uma queda de 6,02% em relação ao primeiro trimestre de 2020 e um declínio de 7,36% em relação ao segundo trimestre de 2019.

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A Samsung anunciou também um lucro pontual, de US$ 251 milhões em seu negócio de displays (receita de US$ 5,6 bilhões), o que ajudou a aumentar seu lucro geral. No entanto, a empresa não deu mais detalhes a respeito desse setor em seu balanço. O negócio de displays da Samsung conta com a Apple como um dos principais clientes.

Alta nas ações e novos smartphones 

Com o anúncio de números acima do esperado, as ações da Samsung subiram 1,6% no início do pregão de quinta-feira, à frente de um ganho de 0,7% no mercado mais amplo. Os papeis da empresa subiram recentemente, unindo-se à rival TSMC, devido às crescentes expectativas de que possam se beneficiar do plano da Intel de terceirizar mais fabricação de chips.

Já a divisão mobile da companhia registrou receita consolidada de US$ 17,3 bilhões neste último trimestre, com lucro operacional de US$ 1,63 bilhão. A empresa considerou tais números sólidos - ainda que menores em comparação ao 1º tri de 2020. A Samsung afirmou que o desempenho do setor foi afetado pela crise do coronavírus em regiões como América do Norte e Europa, o que culminou no fechamento de lojas e também com a diminuição da demanda geral do mercado como um todo. No entanto, ela afirma que o gerenciamento eficiente de custos, incluindo reduções nas despesas de marketing e promoções offline, ajudou-a a reportar lucros sólidos.

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Em seu comunicado, a Samsung anunciou ainda que espera uma recuperação gradual na demanda por dispositivos móveis e eletrônicos de consumo no segundo semestre do ano. No entanto, ainda são esperadas instabilidades no consumo, causadas pela pandemia do coronavirus e a queda do poder de compra do consumidor.

Na próxima quarta-feira (5/8), a Samsung apresentará novos smartphones de suas linhas Premium - e que respondem pela maior margem de lucro. Um deles será o Galaxy Note 20 (mais a variante ultra) e o Galaxy Z Fold 2, além dos tablets galaxy tab s7 e s7+, o smartwatch Galaxy Watch 3 (41mm e 45 mm) e os fones de ouvido Galaxy Buds Live.

Em comunicado, a empresa afirmou que, em meio ao aumento da incerteza de mercado, responderá pontualmente à recuperação da demanda de smartphones em várias regiões, "lançando novos modelos emblemáticos e fortalecendo sua linha de mercado de massa". A companhia também afirmou que continuará os esforços para aumentar a lucratividade através da otimização do portfólio de produtos, com base na melhoria da lucratividade nos modelos de mercado de massa, o que estaria ocorrendo desde o ano passado.

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Huawei pedindo passagem

Para além da crise do coronavírus, a Samsung tem uma preocupação "Made in China". Isso porque, pela primeira vez na história, a Huawei foi a empresa com maior volume de remessas de celulares no mundo todo em um trimestre, segundo dados da consultoria Canalys.

A fabricante chinesa quebrou nove anos de domínio da Samsung ou da Apple, com 55,8 milhões de aparelhos enviados mundo afora no segundo trimestre de 2020. Apesar do número representar uma queda de 5% na comparação com o mesmo período em 2019, a antiga líder Samsung registrou uma queda de 30%, fechando o ciclo com 53,7 milhões de unidades entregues.

Segundo dados da consultoria Counterpoint, a ultrapassagem confirma uma tendência registrada nos meses de abril e maio, quando a Huawei também já havia batido a Samsung no volume de remessas. Tais resultados foram influenciados pelas fortes vendas da marca chinesa em seu país de origem, cujo crescimento no trimestre foi de 8%. Como a China foi a primeira nação a se recuperar da pandemia do COVID-19, promovendo a reabertura de suas lojas antes de todos, ela respondeu por 70% das remessas da Huawei no período.

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No entanto, o segundo semestre promete ser turbulento para a Huawei. Isso porque a empresa é um dos principais alvos do governo de Donald Trump, na guerra comercial entre a China e EUA. Com isso, além de perder diversos mercados mundo afora para venda de seus equipamentos 5G, o o Departamento de Comércio norte-americano afirmou em maio último que iniciará um bloqueio no fornecimento global de chips para a marca, em uma medida que deve afetar diretamente sua cadeia de produção.

A ideia é impedir que a Huawei receba componentes que contenham produtos diretos de certos softwares e tecnologias americanas. A alegação feita pelos EUA é, mais uma vez, a preocupação com a segurança nacional e supostas relações entre a fabricante e o governo da China, sempre refutadas pela companhia - e cujas acusações continuam sem serem provadas pelo governo Trump.

Fonte: Samsung