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Faturamento abaixo do esperado mancha esforços de reestruturação da IBM

Por| 17 de Abril de 2019 às 11h57

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As ações da IBM caíram 4% nesta terça-feira (16) depois de a empresa revelar resultados financeiros abaixo do esperado pelo mercado. Os números demonstram as dificuldades envolvidas em um grande processo de reestruturação pelo qual a companhia passa no momento, com o faturamento de US$ 18,1 bilhões também indicando queda em todos os setores, com exceção de cloud computing, justamente a peça central nessa reorganização.

A queda de 4,7% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado representa o terceiro trimestre seguido de baixa para a IBM. Por outro lado, os ganhos no período foram maiores do que o esperado pelo mercado, com US$ 2,25 por ação, acima da expectativa de US$ 2,22. Outras perspectivas e panoramas para 2019, entretanto, não fizeram com que os resultados positivos segurassem uma queda nas ações.

O setor de serviços globais de tecnologia, o maior dentro da estrutura da IBM e responsável pelos trabalhos com infraestrutura, cloud computing e suporte, apresentou faturamento de US$ 6,88 bilhões e queda de 7%. Já o segmento de software, que envolve também a nuvem e outras tecnologias cognitivas, teve queda menor, de 1,5%, com US$ 5,04 bilhões em faturamento. Por fim, a divisão de serviços globais se manteve estável, com US$ 4,12 bilhões, enquanto a receita de sistemas apresentou a maior queda, 11%, com US$ 1,33 bilhão.

Essa redução, de acordo com a empresa, está relacionada às dinâmicas de venda e ciclo de atualização de produtos. Por exemplo, no começo do ano passado, a IBM havia lançado novas tecnologias de mainframe e muitos de seus clientes estavam realizando a atualização, gerando um movimento que não se compara à relativa estabilidade de agora.

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Comentando os resultados, a CEO da IBM, Ginny Rometty, disse que as receitas de cloud computing estão crescendo de maneira acelerada. A tecnologia é um dos pilares da atual reorganização da empresa, que tenta depender cada vez menos das receitas oriundas da infraestrutura física e focar mais em serviços que chama de “alto valor”, como nuvem, consultoria, inteligência artificial e outros softwares cognitivos.

Rometty ainda apontou o fato de que as ações da IBM, mesmo durante a reorganização, já tiveram crescimento de 28% neste ano. Isso seria resultado de mudanças gerenciais que levaram a companhia, no ano passado, a ter mais de metade de seu faturamento total vindo dos chamados “imperativos estratégicos”, justamente os pontos focais da reorganização de negócios pela qual a empresa passa neste momento.

O relatório do primeiro trimestre não revela essa divisão, mas mostra outros indicadores que apontam para um movimento ainda maior neste ano. Quando se leva em conta apenas a unidade de cloud computing, por exemplo, o crescimento é de 10% em relação ao ano passado e a expectativa de faturamento, apenas aqui, é de US$ 11,7 bilhões. Além disso, a compra da Red Hat deve ser finalizada no segundo semestre e vai ampliar a carteira de clientes de nuvem da companhia, além de ampliar o portfólio de software para a entrada de novos.

Mesmo com essa perspectiva, entretanto, as previsões da IBM para o ano ainda são conservadoras, o que também ajudou a gerar incerteza e a pequena baixa nas ações. Para o ano, a companhia espera ganhos de US$ 13,90 por ação, abaixo dos US$ 13,91 esperados pelo mercado. No momento em que essa notícia é escrita, antes da abertura do pregão nos Estados Unidos, os papéis da companhia apresentam estabilidade, que deve se manter ao longo das negociações do dia.

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Fonte: Reuters, Business Insider