Alphabet apresenta resultados acima da expectativa no último trimestre de 2018

A Alphabet, empresa-mãe da Google, divulgou nesta segunda-feira (4) os resultados financeiros do quatro trimestre de 2018 (período entre outubro e dezembro do ano passado), com números que, no geral, superaram as expectativas.

Nos últimos três meses de 2018, Alphabet conseguiu uma receita de U$ 39,3 bilhões (acima dos U$ 38,9 bilhões esperados pelos analistas), o que significou um aumento de 21% em relação ao ano anterior, que havia sido fechado com U$ 32,3 bilhões. A empresa também apresentou um outro aumento no período, finalizando-o com lucro operacional de U$ 8,9 bilhões (quase um bilhão acima dos U$ 7,6 bilhões esperado pelos analistas), um aumento “virtual” de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esse "virtual" no aumento dos nos lucros é porque, devido a mudanças de taxação propostas pelo presidente Donald Trump no final de 2017, a empresa havia fechado o período com prejuízo de U$ 3 bilhões, mas caso não tivessem acontecido as mudanças fiscais, a Alphabet teria fechado o último trimestre de 2017 com lucro de U$ 6,8 bilhões, por isso o aumento “virtual” de 30%.

Mas apesar disso, uma olhada mais a fundo deixou os acionistas preocupados: ainda que a receita da empresa tenha crescido 21% no período, ainda é um valor menor do que o registrado entre 2016 e 2017, quando a companhia cresceu 24%. A empresa também incluiu um valor de U$ 1,3 bilhão de ganhos de segurança no lucro operacional, o que significa que o lucro real foi menor do que o mostrado no relatório — e esses fatores serviram para que, mesmo com os números acima das expectativas, as ações da Alphabet fechassem o dia com uma queda de 3%.

YouTube é exemplo a ser seguido

Em conversa com os acionistas, o CEO da Google, Sundar Pichai, destacou o YouTube como uma das histórias de sucesso da Alphabet em 2018, revelando que o número de canais com mais de um milhão de inscritos praticamente dobrou em comparação com 2017, e que a quantidade de youtubers que conseguem ganhos mensais de pelo menos 10 mil dólares cresceu 40% no ano passado.

Outro setor que teve bastante sucesso no último ano foi o de hardware da empresa. Ainda que a companhia não tenha revelado números exatos de vendas obtidas com aparelhos como os smartphones Pixel e os smart speakers da série Google Home, Pichai revelou que, de cada 7 equipamentos smart para casa ativados por um usuário da Google, um era do recém lançado Google Home Hub. Já as receitas gerais do setor (que conta não apenas as vendas em hardware mas também as receitas com serviços em nuvem) totalizaram U$ 6,49 bilhões, um crescimento de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Quem também cresceu no ano de 2018 foi o setor de propaganda da empresa, que fechou o quarto trimestre de 2018 com U$ 6,5 bilhões, um acréscimo de U$ 1,5 bilhão em relação ao mesmo período de 2017.

Apesar disso, a companhia também teve um aumento substancial nos investimentos operacionais: enquanto em 2017 a empresa investiu apenas U$ 287 milhões em aquisições, em 2018 esse valor subiu para U$ 1,5 bilhão — boa parte desse montante dedicado à compra da HTC. Quem também sofreu foram os negócio da empresa não relacionados ao Google (Waymo, Fiber e Verily), que tiveram um prejuízo de U$ 1,3 bilhão no trimestre, quase o dobro do acumulado no trimestre anterior.

Já sobre a Play Store, os acionistas perguntaram para Pichai se a empresa tinha algum plano para mudar a porcentagem exigida dos apps da loja devido a uma tendência, iniciada pelo jogo Fortnite, de desenvolvedoras lançarem seus jogos fora da loja para não precisarem pagar a porcentagem exigida pela empresa, mas o CEO afirmou que não há nenhum plano para mudar qualquer operação da Play Store.

Fonte: Variety