Alibaba tem trimestre de ganhos reduzidos por reavaliação de empresa afiliada
Por Carlos Dias Ferreira | 23 de Agosto de 2018 às 16h01
A Alibaba Group divulgou recentemente o relatório financeiro para o seu primeiro trimestre fiscal, concluído no dia 30 de julho. De acordo com o documento, a companhia contrabalanceou um salto de 61% nas receitas com compensações acionárias oriundas da última rodada de investimentos de uma de suas afiliadas – do que resultou um encolhimento nos lucros de 41%, fechando em US$ 1,27 bilhão para o período.
No total, os ganhos do primeiro trimestre da Alibaba foram reduzidos em US$ 1,6 bilhão devido a repasses feitos a acionistas da Ant Financial Services Group – lembrando que ambas as empresas pertencem ao bilionário chinês Jack Ma. Conforme a companhia divulgou em junho, um aporte de US$ 14 bilhões feito em 2016 fez elevar o valor de mercado da Ant de US$ 60 bilhões a US$ 150 bilhões.
De acordo com o relatório, não fosse a compensação acionária, o trimestre teria encerrado com lucros 33% maiores em relação ao mesmo período do ano passado. De fato, apenas as receitas originadas do negócio central da Alibaba – responsável por duas das maiores varejistas chinesas, a Taobao e a Tmall – durante o período apresentaram crescimento de 61%, totalizando cerca de US$ 10 bilhões.
Oportunidade de US$ 1 trilhão
Mas o ideal de “não mexer em time que está ganhando” dificilmente poderia ser associado à Alibaba. De fato, mesmo com os negócios associados ao e-commerce indo de vento em popa, a companhia pretende promover uma diversificação geral de portfólio, a fim de permanecer competitiva “no setor altamente dinâmico” de serviços baseados em internet.
Em seu relatório financeiro, a empresa anunciou uma fusão do sistema de entrega de alimentos Ele.me com outra de suas afiliadas, a Koubei, que oferece análises e informações de forma semelhante ao Yelp Inc. A nova unidade de “serviços a clientes” recebeu um aporte total de US$ 3 bilhões – divididos entre a Alibaba, o SoftBank Group Corp. e outros investidores.
Conforme disse a diretora financeira do grupo, Maggie Wu, o negócio de entrega de alimentos “é certo e um investimento obrigatório” para a Alibaba. “Conforme os consumidores chineses demandam mais qualidade e diversidade nos serviços, essa categoria passa cada vez mais a representar uma oportunidade de 1 trilhão de dólares.”
Quase um armazém de secos e molhados
Mas comércio online e logística de alimentos estão longe de representar a totalidade das apostas da Alibaba. Seguindo a diretiva proverbial de “atender às demandas dos consumidores”, a companhia investiu no último mês de julho um total de US$ 2,2 bilhões na anunciante de outdoors Focus Media; a ideia é potencializar o negócio de publicidade para além das plataformas de internet.
A empresa também se juntou com outros investidores em maio para adquirir 10% das ações da companhia de entregas ZTO Express Inc., movimentando US$ 1,4 bilhão. Paralelamente, as receitas do grupo com os negócios focados na nuvem praticamente dobraram durante o último trimestre, gerando receita de US$ 680,9 milhões.
Já o departamento de entretenimento da gigante – abastecido por serviços de streaming, navegadores de internet e venda de anúncios – apresentou crescimento de 46% nas receitas, gerando um total aproximado de US$ 870 milhões.
Fonte: The Wall Street Journal