Facebook diz que prisão de executivo no Brasil é "extrema e desproporcional"
Por Felipe Demartini | 01 de Março de 2016 às 14h45
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (01) o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Jorge Dzodan. A ação foi realizada em resposta a uma ordem judicial emitida pela Justiça do estado de Sergipe após a recusa da empresa em entregar dados de usuários do WhatsApp para auxiliar em uma investigação.
Em comunicado oficial, o Facebook lamentou a decisão da Justiça brasileira, taxando-a de extrema e desproporcional. De acordo com a empresa, o WhatsApp opera de forma separada da rede social, que sempre esteve à disposição das autoridades para cooperar com investigações e prestar esclarecimentos. O mensageiro foi comprado pela companhia de Mark Zuckerberg em 2014 por US$ 22 bilhões.
A ordem inicial foi emitida em dezembro, com a comarca de Lagarto, em Sergipe, solicitando que o Facebook entregue nomes de usuários relacionados a uma conta no mensageiro. Desde janeiro, por não ter cumprido a determinação, a rede social vinha recebendo multas diárias de R$ 50 mil, um valor que, em fevereiro, foi aumentado para R$ 1 milhão. Ainda assim, a empresa não cumpriu a solicitação, o que motivou na prisão de Dzodan.
Essa não é a primeira vez que o mensageiro se vê envolvido em problemas com a Justiça brasileira. Em dezembro, um juiz de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, ordenou a suspensão do WhatsApp em todo território nacional por 48 horas. A derrubada efetivamente aconteceu, mas durou pouco mais de 12 horas. Também, há cerca de um ano, a comarca de Teresina, no Piauí, havia determinado a suspensão no acesso ao software, uma ordem que foi negada pelas operadoras de telefonia. Ambos os casos também estão relacionados à recusa da empresa em entregar dados para auxiliar em investigações.