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Universidade de Cambridge se defende após acusações de Mark Zuckerberg

Por| 12 de Abril de 2018 às 15h20

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Universidade de Cambridge se defende após acusações de Mark Zuckerberg
Universidade de Cambridge se defende após acusações de Mark Zuckerberg
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Mais uma “personagem” do caso Cambridge Analytica se manifesta em relação ao escândalo sobre o uso indevido de contas de 87 milhões de usuários do Facebook. Na linha de fogo entre as acusações da rede social e Cambridge Analytica, a Universidade de Cambridge veio a público se defender.

Em comunicado para o site Mashable, a universidade se diz surpresa ao saber que somente agora o CEO da rede social, Mark Zuckerberg, está ciente das pesquisas feitas pela instituição. “Nossos pesquisadores têm publicado essas pesquisas desde 2013 em importantes revistas científicas revisadas por nossos pares, e esses estudos foram amplamente divulgados na mídia internacional. Estes incluíram um estudo em 2015 liderado pelo Dr. Aleksandr Spectre (Kogan) e co-autoria de dois funcionários do Facebook”, rebateu.

A pesquisa em questão se chama On wealth and the diversity of friendships: High social class people around the world have fewer international friends ("Sobre a riqueza e a diversidade de amizades: pessoas de classe social alta em todo o mundo têm menos amigos internacionais", em tradução livre). No documento disponível online, a metodologia é descrita por recrutamento com base em consentimento de usuários do Facebook. “Nós recrutamos 1.069 pessoas do Mechanical Turk da Amazon que viviam nos Estados Unidos para participar do estudo em troca de US$ 1,00. No início do estudo, os participantes completaram um formulário de consentimento que detalhou todas as partes do estudo. Nenhum mecanismo de manipulação foi usado. Destes indivíduos, 857 participantes consentiram com nosso aplicativo do Facebook para coletar algumas informações de seus perfis automaticamente. Estas informações incluem o número total de amigos e a localização atual de seus amigos – notamos que dados da localidade de amigos não estavam disponíveis para todos os amigos, mas estava disponível para a maioria dos amigos”, mostra o documento.

Contudo, a pesquisa ainda diz que, embora tenha assinatura de dois funcionários do Facebook, Charles Gronin e Pete Fleming, “pesquisadores do Facebook não estavam diretamente envolvidos no estudo” e “a coleta de dados foi feita de forma independente através do próprio aplicativo da equipe de Cambridge”. Ambos, como relatado pelo comunicado, assinam o estudo.

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Acusação

A resposta veio depois de depoimentos de Zuckergerg para o Senado e Congresso norte-americano. O CEO chegou a levantar suspeitas sobre quais pesquisas estavam sendo feitas dentro da Universidade. "Há todo um programa associado à Universidade de Cambridge, onde um número de pesquisadores - não apenas Aleksandr Kogan, apesar de sabermos que ele é o único que vendeu os dados para a Cambridge Analytica - estão desenvolvendo aplicativos semelhantes. Precisamos entender se há algo de ruim acontecendo na Universidade de Cambridge em geral que exigirá uma ação mais forte de nossa parte", disse Zuckerberg.

O Facebook também baniu outra empresa, detentora do aplicativo CubeYou, sob a suspeita de que estaria usando o mesmo método da Cambridge Analytica para comercialização da dados sem consentimento dos usuários.

O caminho é o seguinte: sob a motivação de um estudo acadêmico com a Psychometrics Center da Universidade de Cambridge, conseguem permissão para acessar dados de usuários e amigos destes usuários através de questionários básicos em formato de quiz. Para a pesquisa, contudo, é preciso que a empresa se comprometa a não utilizar os dados para fins comerciais. A suspeita é de que ambas empresas tenham utilizado estes dados para fins que não sejam de pesquisa, como para a campanhas políticas de Donald Trump e Brexit.

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Ambos Cambridge Analytica e CubeYou tiveram parcerias com o Psychometrics Center para acesso aos dados, o que levanta a preocupação de Zuckerberg. O centro se define como uma “rede de pesquisa estratégica da Universidade de Cambridge dedicada à pesquisa, ensino e desenvolvimento de produtos em avaliação psicológica pura e aplicada”.

A Universidade ainda se defende dizendo que pode confirmar que o Facebook estava ciente das ações do centro de pesquisas.

"Podemos confirmar que os pesquisadores do Psychometrics Center tiveram várias discussões com o Facebook antes e na época da publicação do artigo de 2013", disse Cambridge. "O Facebook também respondeu em detalhes a pedidos da imprensa sobre o estudo na época momento", se defende a Universidade.

O comunicado se refere ao estudo de 2013 chamado Private traits and attributes are predictable from digital records of human behavior ("Traços e atributos privados são previsíveis a partir de registros digitais do comportamento humano", em tradução). O trabalho informa que todos os dados usados foram retirados do banco de dados do projeto myPersonality. Este site se descreve como uma plataforma criada “para compartilhar os dados com pesquisadores”. Os termos de uso do projeto myPersonality garantem explicitamente que qualquer dado compartilhado na plataforma não pode ser usado para fins comerciais.

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O site é encabeçado por David Stillwell, pesquisador da Psychometrics Center e um dos autores do trabalho de 2013. O documento deixa explícito como nota de conflito de interesses que “ D.S. [David Stillwell] recebeu pagamento como proprietário do myPersonality, aplicativo do Facebook”.

Embora a Universidade de Cambridge diga que houve participação do Facebook, o trabalho não deixa isso explícito.

Fonte: Mashable