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Twitter está banindo mais de um milhão de contas falsas por dia

Por| 10 de Julho de 2018 às 10h24

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Twitter está banindo mais de um milhão de contas falsas por dia
Twitter está banindo mais de um milhão de contas falsas por dia
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O Twitter está banindo mais de um milhão de contas falsas todos os dias, em um de seus maiores esforços já registrados contra a disseminação de fake news. A informação sobre o combate aos perfis automatizados, que são usados em campanhas para espalhar informações falsas e promover a desinformação e os embates sem sentido, foi publicada pelo jornal The Washington Post e confirmada pela rede social, que disse ter mais do que dobrado seus esforços nesse sentido desde o último mês de outubro.

Entre os meses de maio e junho, mais de 70 milhões de contas foram suspensas na plataforma e esse ritmo, afirma a empresa, continua em julho. Os números são tão altos que o Twitter já considera o registro de uma queda significativa em seu número total de usuários como reflexo da campanha de suspensões, o que, mais do que qualquer coisa, deve servir para mostrar o escopo dos esforços de desinformação e distribuição de fake news em uma das redes sociais mais utilizadas do mundo.

O dado mais importante, entretanto, o de usuários mensais, não deve ser afetado tanto assim. Isso porque, como apontou o Twitter, os esforços políticos relacionados às eleições que só devem acontecer no final do ano nos EUA, Brasil e outros países ainda não começaram. Sendo assim, muitas das contas banidas estavam praticamente inativas, realizando publicações eventuais apenas como forma de manter uma aparência de que são reais. A expectativa é que o total de utilizadores frequentes ainda seja maior que os 336 milhões registrados no primeiro trimestre deste ano.

Os primeiros resultados dos esforços, e também a consequente redução, devem aparecer quando o Twitter divulgar os resultados relacionados ao primeiro semestre de 2018, algo que ainda não tem data para acontecer. O relato publicado na imprensa americana é mais do que uma demonstração do que está sendo feito e também serve como um alerta a investidores e analistas para que eles não entrem em pânico quanto a uma eventual queda. Números, como mostra a gigantesca quantidade de banimentos, de nada importam quando estamos falando de robôs usados em campanhas de desinformação.

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Os trabalhos também representam uma mudança de foco por parte dos executivos da plataforma. Como aponta Del Harvey, vice-presidente de segurança e confiança do Twitter, não adianta a rede social promover o livre discurso se as pessoas não se sentirem seguras para fazerem isso. É por tal motivo que o Twitter está, nas palavras dela, “rebalanceando a liberdade de expressão” de forma a garantir um ambiente mais seguro para os usuários.

A companhia, ainda, avisa que nem todos os usuários de sistemas automatizados serão banidos. O Twitter deixa claro que os alvos, aqui, são os disseminadores de fake news, os robôs políticos e contas voltadas para aplicação de golpes – perfis cuja publicação é automática, gerenciados por instituições, sites de notícias, organizações não governamentais e qualquer outro tipo de fim legítimo não devem passar nem perto da onda de banimentos que está sendo promovida pela rede social.

Um palanque virtual para os robôs

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A reportagem do Washington Post também revelou os bastidores da operação de banimento, que em uma determinada etapa envolveu até mesmo a compra de contas falsas para verificar as ligações entre elas e chegar aos sistemas automatizados. Os detalhes da chamada “Operação Megafone” foram comentados por fontes ligadas à companhia, que falaram em condição de anonimato.

O objetivo seria não apenas entender o funcionamento de tais sistemas, mas também obter uma diferenciação entre as campanhas de desinformação promovidas por governos, principalmente internacionais, e aquelas levadas adiante por golpistas e criminosos. A primeira seria o principal problema, já que seria capaz de modificar o “clima político”, enquanto a segunda, apesar de grave, é voltada para indivíduos e mais fácil de ser combatida até mesmo pelos próprios.

Os executivos do Twitter, entretanto, estariam relutantes quanto a uma atuação mais rígida contra esse problema, algo que só teria mudado quando um dos engenheiros envolvidos na Operação Megafone adquiriu milhares de perfis falsos e fizeram com que todos seguissem, simultaneamente, um dos diretores da empresa. O temor quanto à queda no número de usuários e uma insatisfação quanto a números de seguidores caindo em influenciadores de renome rapidamente se tornou menos importante do que a questão dos bots em si.

Hoje, estão em vigor sistemas automatizados que ajudam na detecção de perfis falsos. Entre os aspectos que são levados em conta estão a quantidade de postagens – com algumas contas publicando mais de mil vezes por dia, em um sinal claro de automação –; a irregularidade de horários, sem momentos de descanso; ou a participação em grandes fluxos, com perfis ganhando milhares de seguidores de uma só vez.

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As pressões do Congresso americano e os recentes escândalos do Facebook, claro, ajudaram os executivos do Twitter a mudarem definitivamente de ideia, dando o sinal verde para a grande limpa de contas falsas ainda em andamento. Além das suspensões em si, estariam em vigor operações de “shadow banning”, em que as publicações de perfis suspeitos são exibidas com menos destaque na linha do tempo ou nem mesmo chegam a aparecer, fruto do algoritmo que alterou a ordem de exibição das publicações.

A expectativa, ainda, é de ir além. A campanha de limpeza vem sendo vista com bons olhos por executivos da rede social, que continuam apoiando sua continuidade. Ao longo do próximo ano, afirmou Harvey, a ideia é aplicar novos sistemas de filtragem e detecção, além de observar as táticas modificadas dos bots, que invariavelmente virão como forma de tentar contornar o combate realizado pelo próprio Twitter. A luta, indica ela, não deve ter um fim, pelo menos não tão cedo.

Fonte: The Washington Post