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Twitter descobre que algoritmo impulsiona posts de direita, mas não sabe por quê

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 22 de Outubro de 2021 às 11h49

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Caio Carvalho/Canaltech
Caio Carvalho/Canaltech
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Em abril deste ano, o Twitter se debruçou sobre os próprios algoritmos de inteligência artificial para saber como eles lidam com publicações de teor político e se eram “nocivos de forma não intencional”. Nesta quinta (21), nos primeiros resultados da análise, a plataforma revelou que o código tende a impulsionar conteúdo do espectro político de direita.

Ao todo, foram feitas análises em sete países e a tendência de o algoritmo amplificar o alcance das publicações de perfis que se apresentam como de direita foi identificada em seis deles — Canadá, França, Japão, Espanha e Reino Unido (só a Alemanha ficou de fora). O estudo observou duas questões: se a linha do tempo amplificava o conteúdo de candidatos eleitos ou se certos grupos políticos eram mais impulsionados do que outros.

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“Tuítes sobre conteúdo político de autoridades eleitas, independentemente do partido ou se o partido está no poder, veem uma amplificação algorítmica quando comparada ao conteúdo político na linha do tempo cronológica reversa”, explicou a pesquisadora e cientista politica Rumman Chowdhury, uma das envolvidas no projeto. “Os tuítes postados por funcionários eleitos de direita são mais amplificados por algoritmo do que os de esquerda”, completou.

E isso não se resume aos políticos: portais de notícia preferidos pela direita também alcançam mais pessoas na rede social. Chowdhury diz que a simples descoberta do comportamento do algoritmo já é um grande avanço, mas afirma que determinar o que causa esse comportamento desigual será outro grande desafio.

Apesar de parecer problemático, especialmente em períodos eleitorais, a executiva pontua que tendências de amplificação por algoritmo nem sempre são preocupantes, já que todos os algoritmos fazem a mesma coisa. O que tende a ser uma questão mais séria, segundo ela, é quando o código tende a impulsionar algum tipo de conteúdo, independente de o usuário mostrar interesse nele.

Pode não ser o algoritmo

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Em uma reflexão sobre o estudo, Chowdhury também teoriza que o efeito sobre as publicações pode ser resultado de uma boa campanha da direita nas redes. Políticos desse espectro podem ser mais eficientes em gerar engajamento, compartilhamento e interações de assuntos relacionados a ideologia na internet, explica a especialista.

Contudo, a ideia da análise não é isentar o código da culpa do desbalanceamento, mas identificar as causas. Cientes de que há uma desigualdade na entrega de conteúdo, agora os pesquisadores focarão em descobrir o que gera o efeito.

O estudo completo pode ser consultado gratuitamente pela internet (em inglês). O documento define em detalhes quais critérios foram usados para definir os espectros políticos dos objetos analisados.

Fonte: Twitter