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Parlamento inglês apreende documentos do Facebook

Por| 26 de Novembro de 2018 às 10h38

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Parlamento inglês apreende documentos do Facebook
Parlamento inglês apreende documentos do Facebook
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O parlamento inglês apreendeu uma série de documentos do Facebook como parte de uma investigação internacional sobre a responsabilidade na rede social no escândalo envolvendo a Cambridge Analytica. Os papéis foram obtidos a partir da Six4Three, uma empresa americana de software e ex-parceira da plataforma que, agora, a está processando justamente pelo seu descaso com os dados dos usuários.

Os documentos obtidos incluiriam comunicações entre Ted Kramer, CEO da reclamante, e executivos do alto escalão do Facebook, incluindo até mesmo o CEO, Mark Zuckerberg. As conversas falariam sobre o uso de informações dos utilizadores em ações pela rede social, como tais dados eram compartilhados por parceiros e até mesmo de que forma a empresa agia para impedir que rivais tivessem acesso a ferramentas e telemetria semelhante.

Citado pela imprensa britânica como um recurso parlamentar raro, mas perfeitamente legal, a apreensão aconteceu na última semana durante uma visita de Kramer à Grã-Bretanha. Ele foi intimado a entregar os documentos, caso contrário estaria sujeito a multa e penas de prisão por não cumprir ordens judiciais. A medida, ainda, foi vista como uma resposta da assembleia à constante recusa de Zuckerberg, que não deseja comparecer diante das autoridades do país para prestar esclarecimento sobre as brechas na privacidade dos utilizadores.

A ação movida pela Six4Three é relacionada a um aplicativo chamado Pikini, que permitia a localização de fotos de contatos do gênero feminino de biquíni a partir de perfis no Facebook. O software para iOS usou ativamente a API da rede social até 2015, quando mudanças de privacidade impediram completamente seu funcionamento. No processo, a companhia ainda acusa a ex-parceira de fraudar seu negócio, espionar usuários e coletar informações que não deveria a partir de smartphones em que estava instalado.

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A expectativa do parlamento britânico é ter contato com decisões tomadas pela cúpula do Facebook nos meses e anos anteriores ao escândalo da Cambridge Analytica e entender até que ponto a rede social sabia que os dados de seus usuários estavam em risco. No caso específico relacionado à Six4Three, a ideia é descobrir se a empresa também utilizava essa oferta de dados como uma forma de atrair parceiros para trabalharem com ela ou se existiam brechas intencionais que permitiriam o acesso a mais informações do que as permitidas pelos próprios utilizadores.

O processo corre em segredo de justiça e pode envolver até mesmo tecnologias registradas do Facebook. Entretanto, esse fator se aplica apenas ao local de origem da ação, o estado americano da Califórnia, e a rede social, agora, pede que o parlamento britânico não os publique. As autoridades não se pronunciaram sobre a apreensão e o andamento da investigação, afirmando apenas que essa é mais uma prova de que não há ninguém acima da lei.

Enquanto isso, a reunião inaugural do “Comitê Internacional sobre Desinformação” está marcada para acontecer nesta terça-feira (27), em Londres, na Inglaterra. Contando com 22 representantes de parlamentos ou assembleias de sete países, o grupo deseja apurar a responsabilidade do Facebook em campanhas de manipulação de informação, disseminação de fake news e vazamentos de dados de usuários.

A conversa tem importância especial para a política britânica pelo fato de tais ações, acredita-se, terem auxiliado na vitória do argumento pró-saída do Reino Unido da União Europeia. Uma campanha a favor dessa escolha fez parte de uma das grandes linhas de ação da Cambridge Analytica, juntamente com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, com campanhas publicitárias direcionadas fazendo pleno uso das informações de usuários do Facebook.

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Fonte: The Guardian