Metido em escândalo, Peter Thiel continuará no conselho do Facebook
Por Patricia Gnipper | 02 de Junho de 2016 às 07h37
Cofundador do PayPal, o bilionário Peter Thiel - que investe em companhias de tecnologia - recentemente se viu em um escândalo midiático por estar envolvido indiretamente em um processo movido contra o blog de fofocas Gawker Media. No Facebook, o investidor ocupa um cargo no conselho da rede social, e Sheryl Sandberg, COO da companhia, disse que sua posição não será afetada por conta disso.
Mas por que a posição de Thiel poderia estar ameaçada no Facebook? Acontece que, em 2007, o blog publicou uma matéria revelando que o bilionário seria “totalmente gay”, e o membro do conselho, que sentiu sua privacidade violada, chegou a montar um time de advogados para processar o Gawker. Contudo, ao longo dos anos, a história acabou esfriando e aparentemente nada havia acontecido.
No entanto, o que estava de fato acontecendo era que o investidor estava de olho em outras vítimas das fofocas desse blog e secretamente investindo dinheiro para que essas pessoas movessem processos em seus nomes contra o blog, sem que Thiel fizesse parte oficialmente de nenhum processo. Foi o que aconteceu com o caso do lutador Hulk Hogan, que teve vídeos íntimos divulgados pelo Gawker sem autorização. Hogan, então, processou o blog graças ao incentivo de US$ 10 milhões oferecido pelo bilionário do Vale do Silício, recebendo uma indenização de mais de US$ 100 milhões de após a decisão do júri a favor da vítima.
Após sua participação nesse processo ter sido descoberta, Thiel disse que investir nesse e em outros processos judiciais contra o blog seria para ajudar pessoas que não têm as mesmas condições que ele a lutarem contra o bullying praticado pelo veículo. O executivo explicou, ainda, que é capaz de se defender, mas que muitas das pessoas que o blog ataca não o conseguem por não ter recursos financeiros. “Eles normalmente atacam pessoas menos proeminentes e menos endinheiradas” e, por isso, estaria investindo em processos judiciais dessas vítimas.
Para Sandberg, Thiel tomou essas ações independentemente e, portanto, o Facebook não seria obrigado a comentar o caso, que seria muito diferente de quando outro membro do conselho da rede social - Marc Andressen - publicou uma sequência de tweets dizendo que o colonialismo teria sido bom para a Índia, causando uma reação negativa generalizada. Em resposta, Mark Zuckerberg chegou a publicar uma carta aberta condenando os comentários feitos por Andressen.
Fonte: BuzzFeed