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Facebook vai expandir pesquisas sobre sintomas da COVID-19 para todo o mundo

Por| 22 de Abril de 2020 às 08h46

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Matthias Friel / Adobe Stock
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O Facebook anunciou nesta segunda-feira (20) que vai estender suas pesquisas sobre sintomas do novo coronavírus a usuários de todo o mundo. De acordo com a empresa, a iniciativa global vem após o sucesso das enquetes que vem aparecendo a usuários dos Estados Unidos há cerca de duas semanas, em parceria com a universidade americana Carnegie Mellon, e são compatíveis com dados públicos independentes sobre a disseminação da doença.

A pesquisa aparece periodicamente no topo do feed de notícias dos usuários do Facebook, os questionando sobre sintomas, cuidados tomados e também o contato com parentes ou pessoas próximas que estejam exibindo sinais de COVID-19. A ideia da iniciativa foi criar um mapa interativo atualizado diariamente, de forma a indicar focos de contágio e áreas com maior número de pessoas exibindo sintomas, o que também poderia levar a uma sobrecarga em hospitais e centros médicos.

Na empreitada global, o Facebook conta também com a Universidade de Maryland, também nos Estados Unidos, como parceira. E, novamente, aplica aqui os critérios de segurança da iniciativa americana, afirmando repassar os dados diretamente à instituição de pesquisa e não tendo nenhum acesso a relatos de sintomas ou localização geográfica de doentes confirmados entre seus próprios utilizadores.

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Em entrevista ao site The Verge, o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que as pesquisas da rede social podem ser uteis em países com subnotificação de casos ou dificuldades em realizar testes entre a população. Segundo ele, os mapas globais em tempo real servirão como uma “checagem de realidade” para cidadãos e governo que podem “não ficarem muito felizes” em verem números de contágio mais próximos dos reais para sua população.

Não se trata apenas de confrontar decisões oficiais, é claro. Na visão de Zuckerberg, os mapas criados pelo Facebook também podem auxiliar na criação de políticas públicas em áreas mais afetadas e ajudar a prever a disseminação do novo coronavírus, enquanto governos locais, como prefeituras ou administrações estaduais, podem tomar decisões mais acertadas sobre o que está acontecendo em suas regiões.

A preocupação, claro, se relaciona à privacidade, sempre um assunto que vem à tona quando o Facebook fala em iniciativas de coleta de dados. Recentemente, a empresa sofreu críticas ao divulgar um mapa de mobilidade que indica até que ponto os americanos estão aderindo às indicações de permanecer em casa, uma ideia que também foi aplicada pelo Google, com ambas as empresas recebendo comentários negativos de associações ligadas à defesa do sigilo de dados dos usuários.

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Além disso, as pesquisas vêm ao encontro da dificuldade do Facebook em lidar com a desinformação e disseminação de fake news na própria plataforma. Sobre isso, a rede social não se pronunciou, se limitando a falar sobre a iniciativa de pesquisa sobre o coronavírus e fazer outros anúncios relacionados ao combate contra a pandemia global.

Em parceria com as Universidades de Nova York e Cornell, por exemplo, estão sendo desenvolvidos sistemas de inteligência artificial que ajudarão a prever o comportamento do contágio, bem como gerar números relacionados à necessidade futura de leitos, respiradores e materiais de proteção para profissionais de saúde. Novamente, a ideia é disponibilizar dados para o setor público e privado de forma que medidas mais acertadas possam ser tomadas.

Ao Canaltech, o Facebook afirmou que ainda não há informações específicas sobre quando e se a pesquisa será aplicada aos usuários brasileiros, bem como informações sobre parcerias entre a rede social e instituições nacionais de pesquisa.

Fonte: The Verge