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Facebook troca o nome do Internet.org

Por| 24 de Setembro de 2015 às 16h27

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Facebook troca o nome do Internet.org
Facebook troca o nome do Internet.org
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Constantemente em meio a polêmicas e comentários inflados de críticos, o Facebook anunciou nesta quinta-feira (24) uma grande mudança em seu aplicativo Internet.org, voltado para levar conectividade a regiões carentes do mundo. A solução, agora, passa a se chamar Free Basics by Facebook e ganha não apenas uma nova identidade, mas também incrementos de segurança e personalização.

As alterações vêm não apenas para diferenciar a iniciativa da organização Internet.org, que também trabalha para incentivar a conectividade e apoia o projeto, mas também para atender às demandas de críticos e especialistas em tecnologia e segurança. O grande foco de negatividade surgiu na Índia, onde uma série de desenvolvedores e produtores de conteúdo anunciou que não estaria do lado de Mark Zuckerberg nessa empreitada devido a preocupações quanto à neutralidade da rede.

Basicamente, o Free Basics serve como um hub de acesso gratuito a serviços online básicos, como órgãos governamentais, páginas de saúde, comunicação, empregos, educação e notícias. Os envolvidos criam versões mais simples e básicas de suas plataformas para acesso facilitado em locais onde a velocidade da internet é baixa ou o acesso é ruim. Além disso, a ideia é permitir que as interfaces também funcionem em celulares mais antigos, comuns em áreas pobres em que o acesso à tecnologia também é mais difícil e caro.

Enquanto isso, o Facebook trabalha também com operadoras e provedores de acesso não apenas para levar a infraestrutura necessária para as áreas mais carentes, mas também para fomentar o acesso gratuito aos sites certificados pelo programa. Em regiões da África e da Ásia em que o projeto já está ativo, por exemplo, são mais de 60 serviços que podem ser acessados de graça, em versões completas ou simplificadas, por meio da iniciativa.

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O problema, porém, é que isso acaba esbarrando também na neutralidade da rede, foco das críticas feitas pelos desenvolvedores indianos desde abril deste ano. A ideia é que o Facebook estaria agindo como um intermediador das negociações entre produtores de conteúdo e operadoras e, sendo assim, estaria moderando que tipo de conteúdo estaria sendo mostrado à população.

Mais do que isso, a negatividade tem como alvo também o próprio nome da aplicação. Para muitos, o fato de a iniciativa se chamar Internet.org se originaria em uma ideia megalomaníaca por parte do Facebook, que quer se tornar sinônimo da rede para as pessoas mais carentes. A onda de críticas motivou a publicação de diversas cartas abertas assinadas por políticos, personalidades e produtores de software.

Em resposta, Mark Zuckerberg refutou as acusações de que o Facebook estaria querendo se transformar na própria internet, e rebateu as críticas. Para ele, nenhuma rede é neutra enquanto a maioria dos cidadãos do mundo não puderem participar dela, e é exatamente nisso que a iniciativa se concentra.

Além disso, o fundador da rede social disse que a escolha de quais serviços integrariam a plataforma tem a ver com os custos. A ideia é que os sites essenciais sejam os primeiros a fazerem parte dela e que, na medida em que mais infraestrutura for sendo instalada e o acesso dos cidadãos começar a acontecer com mais frequência, mais e mais plataformas sejam incluídas. A ideia não é, de forma alguma, bloquear o acesso ou realizar uma censura prévia.

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Abertura onde há fechamento

Com a mudança na identidade, o Free Basics passa também por mudanças que visam melhorar a segurança e a confiabilidade do serviço. De olho nos países em que a internet é controlada, o Facebook anunciou que todas as conexões ao serviço serão criptografadas pelo protocolo HTTPS, dificultando o rastreamento e identificação dos usuários.

Além disso, a empresa afirma saber que a chegada da internet a áreas remotas e carentes deve acontecer de forma segura. Por isso, está mobilizando um time de especialistas e desenvolvedores que garantam que tudo isso funcione de forma protegida até mesmo nos dispositivos mais antigos, com suporte a menos plataformas e algoritmos de segurança.

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A iniciativa, agora, começa também uma nova etapa de expansão, com foco em países da Ásia e África. A primeira etapa desse movimento foi uma série de visitas que o fundador do Facebook fez a líderes de países como o Panamá e a Índia, convidando-os para visitar a sede da companhia e fomentando parcerias em prol da conectividade.

O encontro entre ele e o primeiro ministro indiano Narendra Modi, inclusive, será transmitido ao vivo pela televisão do país neste domingo, diretamente do Vale do Silício. É também mais uma resposta do fundador do Facebook aos críticos e uma tentativa de provar que, por mais que seu market share seja gigantesco, a rede social não quer se transformar em sinônimo de internet nem agir como um moderador do que seus usuários podem acessar.

Fonte: Wired