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Facebook remove quase mil contas ligadas a rede de manipulação política nos EUA

Por| 26 de Dezembro de 2019 às 07h30

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O Facebook desmantelou uma rede de pelo menos 900 perfis ligados à manipulação política em favor da reeleição do presidente norte-americano Donald Trump. As contas estavam disponíveis também no Instagram e administravam páginas e grupos voltados à disseminação de ideias de extrema-direita, com fotos geradas por softwares de inteligência artificial e usadas para dar aparência de legitimidade ao esquema.

De acordo com as informações do Facebook, 610 contas no Facebook, 72 perfis no Instagram, 156 grupos e 89 páginas eram usadas por pessoas nos Estados Unidos e Vietnã. Elas utilizavam publicações impulsionadas, fake news e clickbaits para gerar interesse em notícias a favor de ideias ventiladas por Trump, como forma de não apenas angariar apoio para o atual presidente dos EUA, que tenta a reeleição no ano que vem, como também para atrair tráfego a páginas que fazem parte de uma empresa de mídia chamada The BL.

Segundo publicação da Wired, o grupo estaria ligado a um outro noticiário, o The Epoch Times, com ligações ao grupo chinês Falun Gong, uma associação religiosa que é vista pelo governo do país asiático como uma “ameaça à estabilidade social”. No Facebook, os perfis utilizados pelo esquema inflavam áreas de comentários e grupos de discussão política, além de gerenciarem páginas de apoio a Trump, com compartilhamento constante de notícias dos sites envolvidos.

Mais de US$ 9,5 milhões teriam sido gastos em anúncios no Facebook e Instagram, como forma de levar as publicações ainda mais adiante e atingir, também, audiências falantes do espanhol, o que demonstra um foco na população imigrante. As propagandas ainda ativas que faziam parte do esquema foram retiradas do ar junto com as contas responsáveis por elas.

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Em seu relatório sobre o assunto, a rede social chamou o sistema de uma “fábrica de amplificação artificial em grande escala”, que tentava ampliar o alcance dos sites do grupo The BL. Entre as páginas tiradas do ar como parte da operação estão espaços que reuniam cerca de 55 milhões de usuários, entre legítimos e fakes, que faziam clara campanha à reeleição do presidente americano e de seu vice, Mike Pence.

O que mais chamou a atenção do Facebook e dos grupos associados à investigação, o DFRLab e o Graphika, foi o uso considerável de imagens criadas por inteligências artificiais. As fotos, que não correspondem a pessoas reais, foram geradas a partir de algoritmos que tentam simular características individuais do rosto humano, bem como fundos e texturas que fazem parecer que aquela é uma foto real.

Tais sistemas, entretanto, ainda são falhos, principalmente na hora de trabalhar com características envolvendo simetria, como a posição do que está atrás da pessoa fotografada ou acessórios como óculos e brincos. A partir de análises baseadas nisso, os responsáveis pelo relatório foram capazes de encontrar pelo menos 18 rostos gerados por computador, mas o número pode ser muito maior. Este total, segundo a Graphila, corresponde apenas aqueles que foram identificados como tal com, pelo menos, 99,9% de certeza.

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As investigações também levaram ao desmantelamento de um esquema semelhante de manipulação política, mas operado da Geórgia e voltado para influenciar a opinião dos cidadãos daquele país. Neste caso, foram 39 contas banidas do Facebook e 22 do Instagram, 344 páginas e 13 grupos tirados do ar.

Fonte: Facebook, Wired